Notícias:
SEMINÁRIO TEMÁTICOS DA SBPC NA UFMG: EDUCAÇÃO BÁSICA
15/06/2018 – Sexta-feira.
A UFPE DO PRESENTE
Anderson S. L. Gomes*, Diário de Pernambuco, 31.05.2018
PESQUISADORA PERNAMBUCANA APRESENTA SEUS ESTUDOS SOBRE PARALISIA CEREBRAL NA FRANÇA.
Raul Manhães de Castro
EVOLUÇÃO OU RETROCESSO?
Isaac Roitman*, Correio Braziliense, 12.06.2018
CIÊNCIA NA PAUTA DAS ELEIÇÕES
Paulo Nussenzveig*, Folha de São Paulo, 10.06.2018
E DINHEIRO PÚBLICO PARA SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E DIGNIDADE VIROU DIESEL
Blog do Leonardo Sakamoto, 01.06.2018
A PAIXÃO NACIONAL E A CIÊNCIA
Helinando Oliveira, Ciência Nordestina, 05.06.2018
PESQUISA MATEMÁTICA E INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS NO BRASIL DO PÓS-GUERRA
Tatiana Roque, Revista Ciência e Cultura, vol. 70, Jan/Mar. 2018
CÉLULAS ARTIFICIAIS COM FOTOSSÍNTESE ABREM MÚLTIPLOS CAMINHOS
Site Inovação Tecnológica, 07.06.2018
10 DICAS PARA ESTUDAR MELHOR, SEGUNDO A CIÊNCIA.
Suria Barbosa, Na prática, 23.05.2018
A ERA DO ROBÔ SAPIENS
Dioclécio Campos Júnior*, Correio Braziliense, 31.05.2018
“NÃO ADIANTA TER CIDADES INTELIGENTES E UM MEIO RURAL QUE É ‘BURRO”
Clara Teixiera, Sociedade e GeoDireito, 31.05.2018
A RESISTÊNCIA DOS PROFESSORES
Karla Monteiro, #Carta, 04.06.2018
PORTUGAL APOSTA EM BRASILEIROS PARA IMPULSIONAR UNIVERSIDADES
Giuliana Miranda, UOL Educação, 04.06.2018
GOVERNO VAI CEDER USO DA BASE DE ALC NTARA SEM TRANSFERÊNCIA TECNOLÓGICA
Site Inovação Tecnológica, 05.06.2018
CONHEÇA UM POUCO SOBRE SIR RONALD AYLMER FISHER, O PAI DA ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS.
School of Mathematics and Statistics University of St Andrews, Scotland
DIRETORIA ELEITA PARA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE CIÊNCIAS (APC)
BIÊNIO 2018-2020 APRESENTA EQUIPE E PROPOSTAS.
Em reunião realizada no último sábado, os acadêmicos da APC puderam conhecer a equipe completa da diretoria para o biênio 2018-2020, bem como propostas em construção. A posse da nova diretoria deverá ocorrer no mês de agosto. A nova diretoria está constituída como se segue:
PRESIDENTE
José Antônio Aleixo da Silva
Eng. Agrônomo, PhD e Post-doc Visiting Professor da University of Georgia-USA e Post-doc e da Universität Berlin-Alemanha, Membro da Academia Pernambucana e da Brasileira de Ciência Agronômica (APCA e ABCA) e do Conselho da SBPC, Prof. Titular do DCFL/UFRPE, Pesquisador 1C do CNPq.
1o VICE-PRESIDENTE
Alex Sandro Gomes
Eng. Elétrico, Doutor em Ciências da Educação pela Université de Paris V, Professor Associado III do CIN/UFPE.
2o VICE-PRESIDENTE
André Freire Furtado
Bacharel e Licenciado em História Natural, Doutor em Biologia da Reprodução pela Faculté des Science, Sorbone e Doutor em Biologia Animal pela Université Pierre et Marie Curie – Paris VI (1976), Post-doc em Biologia Molecular pela University of Aberdeen, Escócia. Pesquisador Titular da Fundação Oswaldo Cruz.
PRESIDENTES DE HONRA
Valter Rodrigues da Rosa Borges
Idealizador da APC, Bacharel em Direito, Procurador de Justiça, Prof. aposentado da UNICAP.
Waldecy Fernandes Pinto
Atual presidente da APC, Arquiteto urbanista com especialização em Paris-Sorbone, Ex-reitor e Prof. Emérito da UFRPE.
SECRETÁRIO GERAL
Hélio Teixeira Coelho
Físico, PhD pela University of Pennsylvania-USA, Post-doc Universität Frankfurt, Prof. Titular aposentado da UFPE, membro da Academia Brasileira de Ciências.
1o SECRETÁRIO
Reginaldo Barros
Eng. Agrônomo, Doutor em Entomologia pela USP, Prof. Titular da UFRPE.
2o SECRETÁRIO
Moisés Wolfenson
Médico, Doutor em Arte e Cirurgia Plástica pela UNIFESP, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
TESOURARIA
José Thadeu Pinheiro
Graduado em Odontologia, Mestre e Doutor em Odontologia pela UFPE, membro da Sociedade Pernambucana de Cirurgiões Dentistas de PE e de outras sociedades de Odontologia, Prof. Titular da UFPE.
CONSELHO CIENTÍFICO
Amaro Henrique Pessoa Lins
Eng. Civil, Doutor em Engenharia Civil pela UFRJ/University of Oxford-Inglaterra e Post-doc na Universidade do Colorado-EUA, Ex-reitor e Prof. Titular da UFPE.
Aronita Rosenblatt
Graduada e Doutora em Odontologia pela UFPE, Post-doc pela Harvard School of Dental Medicine-USA, Prof. Titular da UPE.
Aurélio Molina da Costa
Médico, PhD em Planejamento Familiar pela University of Leeds-Inglaterra, Prof. Titular da UPE Conselho Científico.
Fernando José Freire
Eng. Agrônomo, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela UFVMG, Post-doc Texas A&M University, Ex-Presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Ex-Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação e Prof. Associado da UFRPE.
Galba Maria de Campos Takaki
Graduada em Farmácia-Bioquímica, Doutora em Microbiologia e Imunologia pela USP/Newcastle upon Tyne, Inglaterra, Post-doc em Bacteriologia e Biotecnologia pela Faculté de Pharmacie, Montpellier e Grenoble, França, Prof. Titular aposentada da UFPE, Prof. Titular da UNICAP.
Mauro Carneiro dos Santos
Eng. Agrônomo, PhD em Solos pela University of Saskatchewan, Canadá, Prof. aposentado da UFRPE.
Raul Manhães de Castro
Graduado em Medicina e Mestre em Nutrição pela UFPE, Doutor em Ciências da Vida pela Université de Paris IV, Prof. Titular da UFPE e Chefe do Departamento de Nutrição da UFPE.
CONSELHO FISCAL
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Eng. Eletricista, Mestre em Administração pela Universidade Autônoma de Madri, Membro da Parapsycological Association, USA.
Neide Dornelas Câmara Grant
Arquiteta, Prof. Titular aposentada do Centro de Artes da UFPE.
Valmar Correia de Andrade
Biólogo, Mestre em Botânica-UFRPE, Prof. aposentado e Ex-reitor da UFRPE.
PROPOSTAS EM CONSTRUÇÃO
Convidar acadêmicos afastados a retornarem a APC. Será enviada correspondência a cada acadêmico, comunicando a dispensa de anuidades atrasadas e convocando-os a retornar à APC. Os que não responderem ou confirmarem o desejo de não mais participar da APC serão desligados e substituídos.
Atualizar o cadastro dos acadêmicos atuais e nomear novos acadêmicos.
Aumentar o número de mulheres acadêmicas obedecendo as normas definidas pelo Conselho Científico da APC.
Pernambucanos membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC) serão convidados a participar da APC.
Realizar um planejamento estratégico e elaborar um plano de comunicação para APC.
Realizar reuniões itinerantes nas Universidades e instituições ligadas a C&T no Estado. Nessas reuniões ocorrerão de palestras sobre tópicos atuais e importantes para C&T de Pernambuco.
Realizar reuniões com a Diretoria para tratar de assuntos internos da APC.
Fazer pesquisa entre os acadêmicos para decidir qual o melhor dia e horário da semana para realização das reuniões ordinárias da APC.
Criar um periódico científico digital (Anais da APC ou Anais da Ciência Pernambucana) para publicar artigos científicos de ponta de pesquisadores pernambucanos e brasileiros.
Criar um comitê editorial que ficará encarregado da seleção do material para publicação conjuntamente com o Conselho Científico.
Criar comissões com os acadêmicos nas áreas de ciências: Agrárias, Biológicas, Engenharias, Humanas e Médicas, com a finalidade de tomarem posições sobre problemas de C&T de Pernambuco.
Criar o ENCONTRO PERNAMBUCANO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (bianual). A data do encontro de aproximadamente dois dias deverá coincidir com Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O encontro será dividido em quatro áreas: Agrárias, Biológicas, Ciências Exatas, Humanas e Médicas.
Envidar esforços para definição de um local físico para sede da APC.
Articular ações políticas com outras academias de Pernambuco referentes a posições ligadas à Ciência e Tecnologia do Estado.
SEMINÁRIO TEMÁTICOS DA SBPC NA UFMG: EDUCAÇÃO BÁSICA
15/06/2018 – Sexta-feira.
- Abertura – 8:30 às 09:00
Reitora da UFMG – Sandra Regina Goulart Almeida
Presidente da SBPC – Ildeu Moreira
Secretária Regional da SPBC em Minas Gerais – Adelina Martha dos Reis
Coordenador do Seminário – Eduardo F Mortimer
- Desafios da política educacional para Educação Básica – 09:00 às 10:10
Fernanda Ostermann – UFRGS/ABRAPEC
Andréa Gouvêia – UFPR/ANPED
Márlon Herbert Flora Barbosa Soares UFG/SBQ
Eduardo F Mortimer – UFMG/SBPC
Relator: Márcia Serra Ferreira/ SBEnBio
Coordenadora: Adelina Martha dos Reis – UFMG
Debate: 10:10 às 11:00
- Desafios da Educação Básica – 11:00 às 12:15
Educação Infantil – Lívia Fraga – UFMG
Ensino Fundamental – Dalila Andrade Oliveira - UFMG
Ensino Médio – Paulo Carrano – UFF
Ciências da Natureza e Matemática – Regina Célia Grando -UFSC
Humanidades – Luiz Carlos Villalta - UFMG
Relator: Carla Chamon – CEFET-MG
Coordenador: Carlos Roberto Jamil Cury – PUC-MG
Debate: 12:15 às 13:00
Almoço – 13:00 às 14:30
- Temas transversais da Educação Básica – 14:30 às 15:15
PNE – Carlos Roberto Jamil Cury – PUC-MG
Financiamento – Marcelino Rezende Pinto – USP-Ribeirão Preto
Inclusão e Diversidade – Rodrigo Ednilson de Jesus – UFMG
Formação de professores - Denise Trombert de Oliveira
Relator – Vera Lúcia Nogueira – UEMG
Coordenador – Luciano Mendes de Faria Filho - UFMG
Debate: 15:30 às 16:15
- Plenário Final – 16:15 às 17:30
Márcia Serra Ferreira/ SBEnBio
Carla Chamon – CEFET-MG
Vera Lúcia Nogueira – UEMG
Coordenador: Eduardo Fleury Mortimer - UFMG
A UFPE DO PRESENTE
Anderson S. L. Gomes*, Diário de Pernambuco, 31.05.2018
Recebi do Reitor Anísio Brasileiro, da UFPE, o documento UFPE FUTURO, que é um projeto elaborado pela atual gestão da UFPE, construído pelo Reitor e mais quatro colegas professores. Agradeço ao Reitor a gentileza de ter me enviado o documento, que ainda não está amplamente divulgado. Tive a honra de acompanhar o Reitor em recente viagem institucional para assinatura de convênio com uma importante universidade em Moscou, e naquela ocasião repassei meus comentários sobre o documento. Neste artigo, descrevo alguns aspectos das minhas observações.
De partida, achei muito louvável a iniciativa do Reitor em pensar e registrar, com alguns colegas, um rumo para o futuro da UFPE. A UFPE é uma “universidade abrangente”, atuando desde a pesquisa básica em ciências e tecnologias até às artes, ciências humanas e na saúde. Conforme comentei com o Reitor, “senti falta” no documento de um olhar mais profundo para vários destes temas. O documento é, na minha opinião, muito bom no que tange à tecnologia e inovação, didaticamente bem formulado, e apresenta na terceira parte as novas propostas, que incluem a reformulação dos três campi atuais, uma ação voltada para a indústria criativa no Bairro do Recife e a concepção de um novo campus em Goiana para tecnologias avançadas. Estes aspectos estão associados a uma
nova forma de relação ensino-aprendizagem, além de um olhar para a “economia do aprendizado”, que de acordo com os especialistas já está “na praça”, em substituição à economia baseada no conhecimento.
Do que senti falta? Inicialmente, de um olhar para o presente! Como está a UFPE no presente? Como estão nossos cursos de graduação de forma geral, e em todas as áreas? Como está o impacto social de nossas ações e para onde estão indo nossos estudantes? Como estamos nos diversos indicadores que colocam a UFPE em comparação com outras instituições de ensino superior do mesmo porte, na região Nordeste, no Brasil e no Mundo? Já ouvi em muitos fóruns internos que a UFPE é uma “universidade de pesquisa” (classificação que eu particularmente não gosto, pois somos bem mais abrangentes que a pesquisa).
Como estamos neste aspecto de pesquisa e pós-graduação? Sei que, na pós-graduação, crescemos recentemente, mas será que crescemos na mesma taxa ou mais que nossos pares? Nada disso aparece no documento, para compor e embasar a proposta para o futuro, muito menos para propor estratégias de curto prazo. Em segundo lugar, a proposta em si não contempla áreas importantes como a formação de professores, o papel das ciências humanas e sociais, o papel social das áreas da saúde. Em terceiro lugar, senti falta de uma abordagem para a manutenção dos estudantes, técnicos e professores nos campi. A qualidade de vida no campus Recife, por exemplo, é muito aquém do que é necessário para uma Universidade ativa. E como vai ser isso no futuro? Temos propostas? Finalmente, senti falta de uma discussão sobre a qualidade acadêmica do que é realizado na pesquisa básica e aplicada, considerando não só os resultados esperados, mas principalmente seu impacto.
O documento UFPE FUTURO tem um grande valor, ao ter sido elaborado para pensar a UFPE de médio e longo prazos. Quando vier a ser amplamente divulgado, as sugestões pertinentes deverão ser agregadas, e os próximos gestores terão em mãos uma proposta concreta, podendo ou não fazer
o devido uso. No entanto, a UFPE DO PRESENTE precisa de ações já! Afinal, sabemos que “o futuro a gente faz agora”, como dizia o saudoso Eduardo Campos.
*Anderson S. L. Gomes Professor titular de Física na UFPE e membro titular da Academia Brasileira de Ciências
PESQUISADORA PERNAMBUCANA APRESENTA SEUS ESTUDOS SOBRE PARALISIA CEREBRAL NA FRANÇA.
Raul Manhães de Castro
Depois dos artigos impactantes sobre paralisia cerebral experimental de autoria da Dra. Ana Elisa Toscano, professora pesquisadora do Centro Acadêmico de Vitória da UFPE, publicados nas prestimosas revistas “Physiology & Behavior” e “Nutritional Neuroscience” tem havido um interesse muito grande da comunidade cientifica nacional e internacional sobre o tema.
Assim, os estudos da Dra. Ana Toscano e equipe da Unidade de Estudos em Nutrição e Plasticidade Fenotípica (UENPF) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apontam que déficits nutricionais no período perinatal intensifica os danos morfológicos e funcionais da mastigação na paralisia cerebral experimental. Outrossim, estudos sugerem que é possível reverter alguns dos danos da paralisia cerebral por meio de cuidados específicos com a nutrição perinatal.
A pesquisadora e equipe em artigo de opinião sugere o possível papel de um aminoácido essencial, o triptófano. As constatações e hipótese têm como base pesquisas desenvolvidas na UFPE. "Comumente, crianças acometidas por danos morfológicos apresentam múltiplas alterações orofaciais, incluindo danos na mastigação, que levam a dificuldades na alimentação", afirma a Professora Dra. Ana Elisa que coordena o Grupo de Pesquisa Nutrição, Atividade Física e Plasticidade Fenotípica e lidera estudos sobre paralisia cerebral experimental no UENPF da UFPE.
Segundo Dra. Toscano, a paralisia cerebral é uma disfunção sensório motora resultante de uma lesão não progressiva e estática que afeta o desenvolvimento do sistema nervoso central. No ser humano, o período perinatal acontece entre o quinto e o sétimo mês de vida do bebê. A nutrição perinatal desempenha papel importante sobre o desenvolvimento do sistema nervoso central, bem como em aspectos morfológicos e funcionais da mastigação. O que ainda é motivo de grande interesse, segundo Ana Elisa, é “como fatores nutricionais, particularmente suas alterações, são capazes de influenciar no desenvolvimento de sequelas induzidas pela paralisia cerebral”.
Na foto, Dra Ana Elisa Toscano e seu orientando Diego Lacerda apresentam um rato acometido de paralisia cerebral experimental.
REPERCUSSÃO | O estudante Diego Lacerda irá continuar os estudos sobre a paralisia cerebral experimental em doutorado sanduiche no Instituto de Neurociências de “La Timone” na Universidade de “Aix-Marseille”- França.
A professora Ana Elisa Toscano realizará em setembro/outubro- 2018 visita científica para intercambio científico e proferir palestras nesse Centro de pesquisa e também na Université de Lyon-França, onde apresentará resultados sobre seus estudo e outros na temática de Paralisia Cerebral e Plasticidade Fenotípica.
Há também entendimentos para apresentação de seus estudos em várias universidades brasileiras. Possivelmente, Dra. Ana Elisa Toscano terá a honra de apresentar seus estudos para a Academia Pernambucana de Ciências ainda no segundo semestre de 2018. Ela tem grande interesse de ampliar a rede de pesquisadores interessado nesse tema de extrema importância para a saúde pública mundial e em particular do Brasil.
Ana Elisa Toscano
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EVOLUÇÃO OU RETROCESSO?
Isaac Roitman*, Correio Braziliense, 12.06.2018
Evolução significa aperfeiçoamento, crescimento ou desenvolvimento de uma ideia ou de um sistema. A evolução biológica consiste na mudança das características hereditárias de grupos de organismos ao longo das gerações. Na biologia, a evolução pode prejudicar ou beneficiar as espécies, embora a palavra evolução muitas vezes está relacionada com progresso, no sentido biológico não existe esta conotação. Filosoficamente, representa uma alteração progressiva de um ser ou de um sistema em direção a um estado final. Na política, remete a um melhoramento gradual de parâmetros sociais, econômicos e políticos de uma sociedade.
A teoria da evolução - darwinismo - indica que a multiplicidade de seres vivos existentes atualmente é fruto da modificação lenta e progressiva de algumas espécies. Essa teoria surgiu no século 19 devido aos estudos de Charles Darwin e Alfred Wallace. Segundo essa teoria, o homem atual - Homo sapiens - é o resultado da evolução de espécies mais antigas como o Homo erectus. Sobre essa teoria, que é antagônica ao criacionismo, Sigmund Freud escreveu: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro, foi constatar que a Terra não é o centro do Universo. O segundo, ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente animal".
No reino animal, somos um dos seres que demoram mais tempo para construir a independência e autonomia para as necessidades vitais. Lentamente, já adultos, construímos uma visão de mundo. No entanto, certas perguntas, que todos fazemos em alguma fase de nossa vida - de onde viemos, qual o significado da vida, para onde vamos -, não têm uma resposta definitiva. Ficamos então inseguros, pois é preciso ter algo em que acreditar para dar suporte a nossa existência. Algumas pessoas têm a religião como suporte absoluto. Outras encaram a vida se apegando ao ceticismo materialista. Algumas enveredam na política e agem orientadas por uma ideologia. Outras são simples espectadoras e mergulham em uma vida passiva, guiadas por valores equivocados difundidos pela mídia e por falsos profetas.
Viver não é ciência exata, é a arte de fazer escolhas. O principal objetivo da vida de cada um é conquistar a própria felicidade e ser um cúmplice na construção da felicidade coletiva. Os problemas humanos têm sua base no modelo e na forma dos relacionamentos. Uma boa fórmula é ter a satisfação das necessidades ao seu alcance, reduzindo os seus desejos. Na dimensão individual, temos um prazo de validade. Porém, como espécie, podemos ter perenidade se aprendermos a respeitar e administrar os limites de nosso planeta.
Infelizmente, apesar do alerta de grandes pensadores e humanistas, não tivemos sucessos em evitar guerras, em extinguirmos a injustiça social e universalizar a ética nas relações humanas. Estamos em uma encruzilhada. Se a raça humana não se aperfeiçoar minimizando a sua maldade, sua mesquinhez, seu individualismo e ignorância, ela também não sobreviverá. A preservação do planeta para as próximas gerações é prioritária. É preciso ter a consciência de utilizar os recursos naturais com equilíbrio, entender o valor da preservação ambiental, para que o planeta proporcione qualidade de vida no presente e para as futuras gerações. As atitudes, a educação, as ações e a conscientização devem ser as armas para a preservação. Ser ambientalmente responsável é promover a união harmônica entre o desenvolvimento econômico e social do homem com a natureza.
Além disso, precisamos de uma vez por todas, conquistar a paz global. O mundo de nossos dias é ameaçado pelo colapso e a destruição. Já temos armas de sobra para cometer essa insanidade. Vivemos um mundo com violências, injustiças, desigualdades e inversões de valores. É preciso conquistar mentes e corações e estabelecer novos paradigmas para termos um mundo novo, com amor e arte que tornam a existência tolerável. Somos todos responsáveis pelo futuro do Brasil e da humanidade. É pertinente lembrar o pensamento de Immanuel Kant: "Toda a reforma interior e toda a mudança para melhor dependem, exclusivamente, da aplicação do nosso próprio esforço". Vamos evoluir na direção certa. Vamos construir um Brasil onde o fazer político não seja sinônimo de corrupção. Vamos construir um sistema de educação de qualidade para todas as crianças brasileiras. Vamos erradicar a injustiça social. Vamos todos ser cúmplices de uma evolução virtuosa e dizer não ao retrocesso.
* ISAAC ROITMAN, Professor Emérito da Universidade de Brasília. Membro da Academia Brasileira de Ciências e membro do Movimento 2022 O Brasil que queremos
CIÊNCIA NA PAUTA DAS ELEIÇÕES
Paulo Nussenzveig*, Folha de São Paulo, 10.06.2018
Candidatos têm de incluir tema em seus programas
Que país deixar para nossos filhos e netos? A pergunta é de inegável importância neste ano de eleições estaduais e federais. Respostas adequadas requerem a inclusão da ciência no debate público.
A bandeira do apoio à ciência não tem vinculação partidária e não pode ser confundida com reivindicações corporativistas: cientistas não foram às ruas em 2017, de forma inédita, para clamar por melhores salários.
Ao contrário, reclamam que recebem salários, mas que não têm as condições de executar suas funções de explorar e fazer avançar a fronteira do conhecimento (ou fazer recuar a fronteira de nossa ignorância).
O orçamento para apoio à pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em 2018 corresponde a menos da metade do orçamento de 2010 (em valores corrigidos), mesmo após grande pressão da comunidade científica. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) esteve ameaçada de não receber, em 2017, a totalidade dos recursos que lhe são constitucionalmente destinados.
A sociedade, consciente da importância do investimento em ciência e tecnologia, cobra dos partidos políticos a inserção desse tema, de maneira prioritária, em seus programas de governo.
O desgaste da imagem dos políticos brasileiros, pela sucessão de escândalos de corrupção e pela falta de conexão com os anseios da população, resultou no sucesso, nas últimas eleições municipais, de candidatos que se declararam "gestores" e "não pertencentes à classe política".
É comum que os candidatos às eleições aqui concentrem-se apenas nos problemas de momento, como gestores de crises. O país precisa de políticos, não de meros gestores. Precisamos de lideranças que se credenciem perante a sociedade por apresentarem visões de futuro e os caminhos que devemos percorrer para alcançar essas visões.
Se almejamos um futuro de prosperidade econômica e social sustentáveis, com respeito ao meio ambiente, a lição do século 21 é que precisamos investir em geração e uso de conhecimento.
Para isso, é essencial haver ciência, tecnologia e inovação de ponta.
Há quem acredite que esse modelo bem-sucedido de países da Europa e da América do Norte não se aplica aqui. Ledo engano. Os pilares da economia brasileira - como, por exemplo, o agronegócio - estão firmemente assentados sobre conhecimento científico e tecnológico desenvolvido no Brasil, por brasileiros. A ciência está presente em quase todas as atividades do nosso cotidiano, como alimentação, saúde, vestuário, habitação, transporte etc.
Em novembro de 2017, o governo britânico apresentou seu programa de política industrial para os próximos dez anos.
A palavra ciência aparece mais de 130 vezes, num documento de 250 páginas, em que um dos eixos centrais é incrementar o dispêndio com pesquisa e desenvolvimento dos atuais 1,7% para 2,4% do PIB até 2027.
Em países como EUA e Alemanha, esse dispêndio está próximo de 3% (e aumentando), enquanto no Brasil patinamos em torno de 1%. Seguramente, parte do debate político em 2018 será voltada ao necessário equilíbrio fiscal.
Isso requer redução de despesas mas também aumento de receitas, como consequência de maior riqueza produzida.
O caminho passa inexoravelmente pela geração de conhecimento, por meio de maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Ao teclarmos os dígitos nas urnas eletrônicas em outubro, essa é a rota que desejamos programar.
* Paulo Nussenzveig, Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/06/paulo-nussenzveig-ciencia-na-pauta-das-eleicoes.shtml
E DINHEIRO PÚBLICO PARA SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E DIGNIDADE VIROU DIESEL
Blog do Leonardo Sakamoto, 01.06.2018
Para conseguir entregar o desconto de 46 centavos por litro de diesel prometido aos caminhoneiros, o governo federal vai cortar mais de R$ 1,2 bilhão que seria usado para garantir qualidade de vida. Ou seja, o custo do acordo conduzido por Michel Temer para encerrar a greve caiu nas costas da população. Preferiu esse caminho a mexer na política da Petrobras.
Outros R$ 12,1 bilhões devem ser cobertos pela reoneração da folha de pagamento de vários setores, pelo corte de subsídios concedidos a exportadores e às indústrias química e de refrigerantes, por recursos que iriam para capitalizar estatais, além da utilização da reserva orçamentária.
Mas R$ 1,2 bilhões sairá do cancelamento de previsões de gastos públicos que estavam pendentes de recursos. As 35 páginas com a longa lista de cortes veio com a Medida Provisória 839, assinada na quarta (30), e publicada no Diário Oficial da União.
Entre eles, salta aos olhos o montante retirado do Sistema Único de Saúde (SUS), mais de R$ 142 milhões. Não é, contudo, o único corte na área. Também houve prejuízo para a saúde dos povos indígenas e o saneamento básico. Por outro lado, o abate na reforma agrária e a derrubada de recursos para a regularização fundiária de terras públicas na Amazônia deve ter levado alegria a uma naco da base ruralista de Temer.
Há também cortes irracionais, como o de recursos à fiscalização de saúde e segurança do trabalhador. Uma vez que a inspeção tem papel arrecadador (cobra contribuições previdenciárias e encargos sociais das empresas), o governo vai economizar logo em quem pode lhe fazer caixa. A menos, claro, que haja uma intenção de enfraquecer a fiscalização que tanto causa problema quem não cumpre direitos trabalhistas.
Isso sem falar nos cortes mais irracionais ainda, como o relacionado ao enfrentamento da violência contra as mulheres.
Como esperado, educação, pesquisa, ciência e tecnologia entraram também na guilhotina – o que seria um problema se nos preocupássemos com o futuro. Também não é novidade o corte na área de prevenção de desastres, uma vez que o desastre já está instalado nacionalmente.
Colhi alguns cortes nas páginas do Diário Oficial, os que considerei especialmente relevantes, com o respectivo valor:
– Promoção dos Direitos da Juventude: Perdeu R$ 425 mil
– Políticas para as Mulheres – Promoção da Igualdade e Enfrentamento à Violência: Perdeu R$ 661,6 mil
– Assistência Técnica e Extensão Rural para Agricultura Familiar: Perdeu R$ 5,4 milhões
– Regularização da Estrutura Fundiária em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal: Perdeu R$ 12 milhões
– Promoção da Educação do Campo: Perdeu R$ 1,8 milhão
– Organização da Estrutura Fundiária: Perdeu R$ 5,64 milhões
– Desenvolvimento de Assentamentos Rurais: Perdeu R$ 3,21 milhões
– Obtenção de Imóveis Rurais para Criação de Assentamentos da Reforma Agrária: Perdeu R$ 20,12 milhões
– Apoio ao Desenvolvimento de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono: Perdeu R$ 31,1 mil
– Apoio ao Desenvolvimento e Controle da Agricultura Orgânica: Perdeu R$ 87,5 mil
– Fomento a Projetos de Implantação, Recuperação e Modernização da Infraestrutura de Pesquisa das Instituições Públicas de Ciência e Tecnologia: Perdeu R$ 1,9 milhão
– Fomento a Pesquisa e Desenvolvimento em Áreas Básicas e Estratégicas: R$ Perdeu 7,15 milhão
– Subvenção Econômica a Projetos de Desenvolvimento Tecnológico: Perdeu R$ 2,52 milhão
– Policiamento Ostensivo nas Rodovias e Estradas Federais: Perdeu R$ 1,53 milhão
– Prevenção e Repressão ao Tráfico Ilícito de Drogas e a Crimes Praticados Contra Bens, Serviços e Interesses da União: Perdeu R$ R$ 4,13 milhões
– Demarcação e Fiscalização de Terras Indígenas e Proteção dos Povos Indígenas Isolados: Perdeu R$ 625,3 mil
– Força Nacional de Segurança Pública: Perdeu R$ 1,9 milhão
– Política Pública sobre Drogas: Perdeu R$ 462,3 mil
– Redes de Cuidados e Reinserção Social de Pessoas e Famílias que Têm Problemas com Álcool e Outras Drogas: Perdeu R$ 1,13 milhão
– Serviços Consulares e de Assistência a Brasileiros no Exterior: Perdeu R$ 692,5 mil
– Relações e Negociações Bilaterais – No Exterior: Perdeu R$ 5 milhões
– Relações e Negociações Multilaterais: R$ 261,4 mil
– Promoção Comercial e de Investimentos: R$ 377,5 mil
– Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS): Perdeu R$ 142,62 milhões
– Saneamento Básico: Perdeu R$ 6,2 milhões
– Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde Indígena: Perdeu R$ 15,13 milhões
– Implementação da Segurança Alimentar e Nutricional da Saúde: Perdeu R$ 2 milhões
– Publicidade de Utilidade Pública para Saúde: Perdeu R$ 2,46 milhões
– Dragagem de Adequação da Navegabilidade em Portos: Perdeu R$ 45,6 milhões
– Construção e adequação de transporte terrestre: Perdeu R$ 368,9 milhões
– Construção, Reforma e Reaparelhamento de Aeroportos e Aeródromos de Interesse Regional: Perdeu R$ 8,38 milhões
– Fiscalização de Obrigações Trabalhistas e Inspeção em Segurança e Saúde no Trabalho: R$ 1,89 milhões
– Manutenção, Modernização e Ampliação da Rede de Atendimento do Programa do Seguro-Desemprego no Âmbito do Sistema Nacional de Emprego (Sine): Perdeu R$ 853 mil
– Identificação da População por meio da Carteira de Trabalho e Previdência Social: Perdeu R$ 947,9 mil
– Gestão do Uso Sustentável da Biodiversidade: Perdeu R$ 209,8 mil
– Combate à Mudança climática: Perdeu R$ 445 mil
– Controle e Fiscalização Ambiental: Perdeu R$ 1,2 milhão
– Apoio à Criação, Gestão e Implementação das Unidades de Conservação Federais: Perdeu R$ 2,9 milhões
– Desenvolvimento de Atividades e Apoio a Projetos de Esporte, Educação, Lazer, Inclusão Social e Legado Social: Perdeu R$ 2,41 milhões
– Concessão de Bolsa a Atletas: Perdeu R$ 726,3 mil
– Apoio a Projetos de Desenvolvimento Sustentável Local Integrado: Perdeu R$ 44,5 milhões
– Apoio a Obras Preventivas de Desastres: Perdeu R$ 1,94 milhão
– Aperfeiçoamento, modernização e expansão dos Sistemas do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres: Perdeu R$ 628 mil
– Implantação de Obras e Equipamentos para Oferta de Água: Perdeu R$ 972,9 mil
– Implantação de Obras de Infraestrutura Hídrica: Perdeu R$ 1,3 milhão
– Administração de Projetos Públicos de Irrigação: Perdeu R$ 16,1 milhões
– Revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco: Perdeu R$ 1,1 milhão
– Desenvolvimento Integral na Primeira Infância – Criança Feliz: Perdeu R$ 3,9 milhões
– Gestão da Previdência Social: Perdeu R$ 26,8 milhões
– Consolidação do Sistema Único de Assistência Social (Suas): Perdeu R$ 9,73 milhões
– Apoio a Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável e de Manejo de Águas Pluviais em Municípios Críticos sujeitos a eventos recorrentes de inundações, enxurradas e alagamentos: Perdeu R$ 434 mil
– Apoio à Produção ou Melhoria Habitacional de Interesse Social: Perdeu R$ 7,74 milhões.
O governo Michel Temer preferiu jogar a conta do desconto no diesel sobre os que dependem de serviços públicos, evitando alterar a política de preços da Petrobras – empresa de capital misto cujo controle é da União. Por mais que ela tenha um dever com todos os acionistas, a maior parte da população espera que atue como um instrumento de desenvolvimento social, agindo – na medida do possível – para tornar a vida de seus acionistas indiretos (o povo) mais palatável.
Isso não significa impossibilitar uma gestão profissional na mais importante empresa brasileira ou inviabilizar a sua rentabilidade. O problema é que, para fugir do equivocado controle de preços adotado pelo governo Dilma Rousseff, Michel Temer foi ao outro extremo e entregou as decisões ao mercado. E com medo de perder apoio de quem foi fiador de sua subida à Presidência, preferiu enfrentar um país do que o poder econômico.
A opção que adotou pode aumentar a quantidade de dinamite na bomba-relógio sobre a qual o país está esplendidamente sentado. Pois se população está cansada de pagar imposto sem ver os resultados, ficará ainda mais possessa se mais serviços públicos deixarem de funcionar.
A PAIXÃO NACIONAL E A CIÊNCIA
Helinando Oliveira, Ciência Nordestina, 05.06.2018
A exemplo do futebol, se queremos torcedores temos que dar a bola para os meninos jogarem! As crianças precisam se apossar da ciência, fazer reações químicas, experimentar...
A paixão do brasileiro pelo futebol aflora intensamente a cada copa do mundo. E de tão forte é capaz de apagar qualquer 7 a 1, crise, caos ou injustiça. As pessoas jogam todos os problemas para o alto e vestem a amarelinha para provar de um nacionalismo que renasce a cada quatro anos e acaba após a eliminação ou o título. A origem desta paixão remonta os tempos de infância e serve como argumento para diversas análises futebolísticas.
Em um passado recente, os campos de várzea eram abundantes em todos os cantos do país. De lá vieram os grandes craques, resgatados pelos chamados olheiros. Com a violência crescente nos centros urbanos e a expansão do ramo imobiliário, estes espaços passaram a ser escassos. Nossas crianças não jogam mais nas várzeas. Estão presas em casa em frente à TV e ao telefone celular. Esta é uma geração que tende a levar o sedentarismo marcado em seu DNA. E isso já tem reflexos nos grandes times de futebol – o Brasil já não dispõe de uma nova geração de grandes laterais, por exemplo. Desta breve análise, podemos associar o sucesso do futebol com a prática do esporte no país. Quanto mais adeptos, maior o número de candidatos a atletas de alto nível. Além disso, a democratização da prática do esporte tem, também, outro efeito muito importante. Ao jogar, as crianças passam a internalizar as regras do jogo. E mesmo que não venham a ser atletas, serão torcedores.
E deste processo, o imaginário coletivo é estabelecido e induz aos praticantes a posição de protagonista de seu futuro. Para a criança, ser craque é questão de treino, persistência e habilidade. Sucesso é sinônimo de dedicação. Perceba que a ferramenta que pode conduzir os jovens ao futuro de sonhos – um grande time europeu ou a seleção brasileira – está acessível a eles. E é uma bola de futebol, que pode ser de couro, plástico ou mesmo improvisada como uma bola de meias. O futuro cabe na palma da mão.
Enquanto isso, a ciência permanece elitizada e presa dentro dos laboratórios das Universidades e Centros de Pesquisa. A linguagem rebuscada e sisuda dos cientistas afasta e cria estereótipos extremamente nocivos. Os cientistas esperam ser abraçados pela sociedade e quando tentam fazer isso, usam jalecos e frases em inglês: são estranhos, estrangeiros.
A exemplo do futebol, se queremos torcedores temos que dar a bola para os meninos jogarem! As crianças precisam se apossar da ciência, fazer reações químicas, experimentar… E isso começa no ensino fundamental! Se as escolas não têm infraestrutura para realizar suas feiras de ciências, temos criatividade. Que bom seria se cada cientista brasileiro adotasse uma escola e contribuísse com a organização de uma feira de ciências. Difícil? Sim. Mas os resultados deste esforço vão muito além do que possamos imaginar.
Realizar uma simples feira de ciência é abrir um campo de várzea no meio do concreto da cidade, é dar uma bola de couro, chuteiras e meião para quem nunca bateu na bola. É olhar nos olhos das crianças e dizer: quer ser Einstein? Então vem!
PESQUISA MATEMÁTICA E INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS NO BRASIL DO PÓS-GUERRA
Tatiana Roque, Revista Ciência e Cultura, vol. 70, Jan/Mar. 2018
Professora associada do Instituto de Matemática, da Pós-Graduação em Ensino e História da Matemática e da Física e da Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É membro dos Archives Poincaré (Histoire et Philosophie des Sciences), Université de Nancy. Seu livro História da matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas (Zahar, 2012) foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2013
No início dos anos 1950, a ciência brasileira mudou, passando a contar com incentivos, até então, inéditos. O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) foi fundado em 1949 e exerceu papel importante na criação, em 1951, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNP, como era chamado o atual CNPq). Sob responsabilidade desse conselho, ligado diretamente à Presidência da República, criou-se, em 1952, o Instituto de Matemática Pura e Aplica (Impa). Um aspecto pouco explorado nos estudos históricos sobre a ciência brasileira é a existência, de fortes argumentos para que estas estruturas de pesquisa fossem criadas fora das universidades. Tanto o CBPF, quanto o CNPq e o Impa resultaram dos esforços de um pequeno grupo de cientistas e de militares, muito bem articulados politicamente, para convencer o governo de que um fator-chave para o desenvolvimento econômico do país era o incentivo à pesquisa científica e, no caso da física e da matemática, seria melhor que essa pesquisa fosse feita em instituições independentes das universidades.
José Leite Lopes, físico que já era reconhecido internacionalmente e um dos principais atores na criação do CBPF, dizia que o Brasil tinha que sair de sua posição de "país faminto por ciência" (science-starving country), associando essa possibilidade, em 1946, à criação de centros fora da universidade: aqueles que chegaram a fazer ciência [no Brasil, até então] desistiram de suas posições e nossos belos projetos (belos para um país com fome de ciência) foram paralisados no ar. Nossas esperanças se voltaram para a universidade, onde infelizmente, em virtude da falta de compreensão e da intolerância dos nossos estadistas, a ciência avança lenta e dolorosamente [1].
Naquela época, Leite Lopes era responsável pela cadeira de física teórica na Universidade do Brasil (que viria a se tornar Universidade Federal do Rio de Janeiro), mas não estava satisfeito com as condições de trabalho disponíveis. Na mesma carta, lamenta o fim do núcleo que funcionava na Fundação Getúlio Vargas e oferecia melhores condições para o desenvolvimento da ciência, como o apoio a publicações e visitas de estrangeiros. Além de Leite Lopes, também frequentavam o grupo matemáticos que iriam criar o Impa, como Leopoldo Nachbin.
Uma das principais queixas dos cientistas do Rio de Janeiro era a ausência de uma política de pessoal que permitisse a dedicação total à pesquisa, uma diferença importante em relação a São Paulo. A fundação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, havia criado um ambiente favorável à pesquisa instituindo o tempo integral dos docentes (dedicação exclusiva), o que não existia na Universidade do Brasil (UB). Os cientistas do Rio de Janeiro desejavam, portanto, conquistar condições de trabalho análogas às da USP. Mas, ao contrário da USP, defendiam instituições que tivessem uma visão estratégica nacional, relacionada à soberania e ao desenvolvimento econômico. A USP havia sido criada com o objetivo de estimular o progresso do estado de São Paulo, um regionalismo a ser superado, como aponta Leite Lopes em outra carta enviada a Guido Beck. No ano da fundação do CBPF, 1949, referindo-se às universidades paulistas, lamenta:
"O problema da pesquisa, como algo de importância nacional, não pode, portanto, ser resolvido dentro dessas universidades - de mente estreita e que não pensam em termos nacionais" [1].
"Pensar em termos nacionais", considerando a ciência como condição para a soberania e para o desenvolvimento do país era um traço comum no discurso dos cientistas brasileiros de que tratamos aqui, muito atuantes após a Segunda Guerra. É o que mostra Antonio Augusto Videira, destacando trechos, como os citados acima, para enfatizar que os físicos brasileiros "defenderam em público que a ciência passou a ser, após 1945, o elemento essencial para o desenvolvimento de toda e qualquer nação. Segundo eles, sem ciência não seria possível ao Brasil alcançar o nível de desenvolvimento desfrutado por nações como os EUA, a França, a Alemanha de antes da guerra, a Inglaterra e mesmo a antiga URSS".
Além do nacionalismo apontado por Videira, destaco aqui o pensamento, muito presente nos debates da época, de que a possibilidade de se fazer pesquisa avançada estava associada à criação de espaços fora da universidade. Essa opção foi vitoriosa, apesar de não ter sido unânime. O próprio Leite Lopes relata que a priorização da universidade fez com que alguns colegas não tenham apoiado imediatamente a criação do CBPF nos moldes propostos: alguns achavam que não se devia fazer nada fora da UB [Universidade do Brasil]. Este foi o caso de Plínio Sussekind da Rocha. Mas, se a universidade não podia fazer nada por nós, eu achava que nós devíamos nos salvar e formar gente nova, como formamos centenas de físicos. Ainda hoje, temos físicos nossos em toda parte. [2]
Jayme Tiomno reforça o mal-estar com as dificuldades de contratação de pessoal, relatando sua própria experiência de dar aulas sem receber pela universidade, e corrobora a impossibilidade de formar pesquisadores em física e em matemática na UB:
O CBPF foi criado porque nós tínhamos verificado que não havia condições de fazer pesquisa - pelo menos em física, na universidade. Em outros campos, a experiência mostrou que era possível. Mas, mesmo em matemática, foi muito difícil - não houve pesquisa na área. (...) O doutorado existia para que as pessoas não o fizessem. Existia somente para as pessoas de bom relacionamento na universidade - aqueles que os catedráticos queriam que fizessem. Estabeleceram um sistema extremamente complicado que não estimulava ninguém - não havia curso, somente uma tese a ser feita a sós. Esse era o espírito da UB - o autodidatismo. [2]
Algumas perguntas surgem desses relatos. Por que justamente as áreas de física e de matemática tiveram essa peculiaridade? Outras áreas científicas, como as biológicas, desenvolveram-se dentro da universidade. Na UB, por volta da mesma época, mais precisamente em 1945, Carlos Chagas Filho criou o Instituto de Biofísica. Por que, então, o argumento de que a universidade criava empecilhos para pesquisas e contratações era mais forte em física e em matemática do que em outras áreas? É fato que a UB era dominada por catedráticos indicados pelo governo, mais interessados na reprodução de seu poder político do que no desenvolvimento científico do país. Essa condição afetava especialmente os cientistas sediados no Rio de Janeiro, protagonistas na criação do CNP. Alguns desses cientistas, contudo, usaram o CNP para estimular laboratórios de ponta funcionando dentro da universidade, como foi o caso da biofísica e de outras áreas. É provável que a influência negativa dos catedráticos variasse de uma área a outra. Na área de matemática da UB, por exemplo, relatos apontam efeitos negativos das atitudes do professor Rocha Lagoa [2]. Seria possível afirmar, portanto, que as situações específicas das áreas de física e de matemática na universidade tornavam sedutor buscar espaços protegidos fora dela. Só que a história é, quase sempre, feita de contingências, mas também de determinações ligadas ao contexto social e político.
A pesquisa em física, especialmente em física nuclear ou de partículas, tornou-se estratégica no período da Guerra Fria. Investir no conhecimento científico necessário ao domínio da tecnologia nuclear significava alcançar posição soberana na cena mundial. Foi nesse contexto que se desenvolveu a chamada big science, em diversos países, com ênfase em física e áreas afins. Nesse quadro, a insistência em centros de pesquisa autônomos, voltados para algumas áreas, não era uma idiossincrasia de nossos cientistas. Outros países, na época também em desenvolvimento - e possuindo jazidas de material radioativo, como a Índia - fizeram opção similar.
A evolução dos sistemas de pesquisa científica e acadêmica na Índia chegou a ser descrita pela noção de "dualismo", sugerida por Dhruv Raina e Ashok Jain [3]. Tratava-se de caracterizar as instituições do sistema de ciência e tecnologia como independentes das universidades, devendo ser estruturadas pelos requisitos de um conhecimento em rápida evolução, assim como pelos imperativos de um Estado em vias de modernização. Embora o Brasil tenha uma história colonial diferente da Índia, o papel da ciência na construção de um Estado soberano e moderno teve sabores similares nos dois países durante a década de 1950, com instituições de pesquisa científica desempenhando um papel central na defesa da soberania durante a Guerra Fria. Raina e Jain afirmam explicitamente que:
"o surgimento da big science exigiu a criação de novas instituições e, concomitantemente, a superação da universidade como o antigo local para a produção de conhecimento".
O desenvolvimento nacional, na Índia, estava ligado à pesquisa em energia atômica e implicou a criação de uma sólida infraestrutura de pesquisa: o Tata Institute of Fundamental Research, que na década de 1950 criou um departamento de energia atômica, o Indian Institute of Science e outros cinco institutos de tecnologia. Todos concebidos como institutos de pesquisa de elite onde "jovens do mais alto nível intelectual em uma sociedade são treinados para pensar e analisar problemas com frescor de perspectiva e originalidade geralmente não encontradas" [3]. Formar uma elite científica era estratégia-chave na missão de construir uma nova nação. Isso pode ajudar a explicar a relação entre física e matemática. Ainda que as áreas matemáticas incentivadas não se aplicassem ao tipo de física requerido no projeto, tratava-se de um campo de saber privilegiado na formação dessa elite científica.
Já foi bem documentada a participação decisiva do almirante Álvaro Alberto na criação do CBPF e do CNP, sendo um de seus objetivos desenvolver a tecnologia nuclear [4]. Os trâmites para a criação do CNP deixam claro, como mostra Ana Maria Ribeiro, o intuito de se criar algo análogo à Atomic Energy Comission estadunidense: ...no contexto das exportações de minerais radioativos do Brasil para os Estados Unidos e do conflito de ideologias expresso na Guerra Fria, tentou-se organizar uma instituição similar à "Atomic Energy Commission". A iniciativa coincidiu com os preparativos da viagem do então capitão-de-mar-e-guerra Álvaro Alberto da Motta e Silva para integrar a delegação brasileira na Comissão de Energia Atômica da ONU, entre 1946-48 [5].
A produção de consenso, durante a articulação para a criação do conselho, envolvia defesa nacional, bem-estar e ciência, em particular a física nuclear. Uma boa síntese é o discurso do presidente Dutra ao apresentar o projeto ao Congresso:
É um fato reconhecido que, após a última guerra, tomaram notável e surpreendente incremento, não só por imperativo de defesa nacional senão também por necessidade de promover o bem-estar, os estudos científicos e, de modo particular, os que se relacionam com o domínio da física nuclear. Nesse sentido, estão dedicando esforço diuturno as nações civilizadas (...) que passaram a considerar tais estudos tanto em função dos propósitos de paz mundial como, sobretudo, em razão dos imperativos da própria segurança nacional [5].
Somado à suposta disponibilidade de jazidas de material radioativo em território nacional, o saber de jovens físicos promissores como Leite Lopes e César Lattes tinha papel estratégico para a soberania nacional [6]. Faltava somente a infraestrutura adequada, que deveria vir com investimentos em equipamentos de ponta, como reatores nucleares. Essa tecnologia serviria tanto ao projeto nacional e militar de soberania, quanto à obtenção de novas formas de energia para o desenvolvimento industrial que poderia transformar o Brasil em uma nação moderna.
Ao contrário da história da física no período, já explorada do ponto de vista histórico, a relação do Impa com esse contexto permanece um tema em aberto. À primeira vista, parece evidente concluir que a pesquisa de ponta em física demanda conhecimentos matemáticos à altura. Em outros países, a big science também incluiu o investimento em pesquisa matemática na esteira da física atômica. É surpreendente, porém, que não houvesse relação direta entre a matemática pesquisada e o tipo de física tido como prioritário. A criação do Impa não foi vinculada ao incentivo de áreas da matemática que pudessem servir aos projetos do país envolvendo algumas áreas da física. Não que devesse ser assim, mas é um problema histórico relevante relacionar o contexto social e político em que as pesquisas científicas se desenvolvem e as linhas de pesquisa em sua especificidade. Como o contexto de produção de conhecimento impacta o conhecimento que está sendo produzido em si mesmo? Essa é uma das questões levantadas no livro Science and Technology in the Global Cold War, de Naomi Oreskes e John Krige [7]. O foco, abordado de modo ainda insuficiente pela história da ciência, é investigar como a Guerra Fria afetou os padrões e as prioridades da pesquisa científica e que papel as ambições nacionais desempenharam na promoção, na habilitação ou no abandono de certas linhas de investigação. Este tipo de questão é ainda mais difícil de responder no caso da matemática (não coberto pelo livro acima). Escrevi um artigo mais extenso, para o International Congress of Mathematicians de 2018, em que apresento uma hipótese sobre a relação entre tal contexto e as áreas matemáticas desenvolvidas no Impa até o final dos anos 1960. Avanço aqui, de modo resumido, alguns aspectos desse trabalho.
CÉLULAS ARTIFICIAIS COM FOTOSSÍNTESE ABREM MÚLTIPLOS CAMINHOS
Site Inovação Tecnológica, 07.06.2018
Uma membrana (borda externa vermelha) encapsula a actina (linhas brancas), os blocos de construção do citoesqueleto e dos tecidos. A actina foi polimerizada acoplando a síntese de ATP com organelas artificiais (pontos verdes) no interior da membrana. [Imagem: Disease Biophysics Group/Harvard University]
Biologia sintética
Fabricar células artificiais é uma meta de longa data da biologia sintética porque mesclar o artificial com o biológico tem um potencial tecnológico difícil de dimensionar.
Novas ferramentas médicas, robôs, próteses sensíveis e inteligentes, conexão direta entre o corpo e dispositivos computacionais, química verde, novas ferramentas de biotecnologia e novos métodos de produção de biocombustíveis podem ser citados, apenas para não deixar as possibilidades e opções totalmente em aberto.
E um passo importante no longo caminho que há pela frente para se alcançar tudo isto foi dado agora por uma equipe das universidades de Harvard (EUA) e Sogang (Coreia do Sul).
Keel Yong Lee e seus colegas criaram uma estrutura artificial que não apenas é similar a uma célula biológica, como também possui seu próprio sistema de fotossíntese para alimentar suas reações metabólicas, incluindo a colheita de energia, a fixação de carbono e a formação do seu próprio citoesqueleto.
"Nós ativamos a atividade metabólica com luz, construímos uma rede de proteínas sob demanda em uma célula viva e empacotamos todos os componentes necessários para fazer isso em uma célula," resumiu o professor Kevin Parker.
"Os mecanismos que demonstramos devem ser o primeiro passo no desenvolvimento de múltiplas redes regulatórias para células artificiais capazes de apresentar homeostase e comportamentos celulares complexos," complementou seu colega Kwanwoo Shin.
O controle da produção da actina é feito alterando a cor da luz que ilumina a célula artificial. [Imagem: Video courtesy of the Disease Biophysics Group/Harvard University]
Células artificiais com fotossíntese
Para construir as células sintéticas, os pesquisadores projetaram uma organela capaz de realizar fotossíntese partindo de componentes dos reinos vegetal e animal.
"Nossa ideia foi simples. Nós escolhemos duas proteínas fotoconversoras - uma de plantas, a outra de bactérias - que podem gerar um gradiente através da membrana celular para desencadear reações," descreveu Lee.
As proteínas foram incorporadas em uma membrana lipídica simples, juntamente com enzimas que geram trifosfato de adenosina (ATP), a energia essencial das células.
Os fotoconversores são sensíveis a diferentes comprimentos de onda da luz: um ao vermelho e o outro ao verde. Quando a membrana é iluminada com luz vermelha, ocorre uma reação química fotossintética, produzindo ATP. Quando a membrana é iluminada com luz verde, a produção é interrompida.
A capacidade de ativar e desativar a produção de energia permite controlar muitas reações dentro da célula, incluindo a polimerização da actina, um elemento essencial da constituição das células e tecidos.
Essa possibilidade de produzir actina sob demanda e de forma ajustável permite controlar o formato das membranas celulares e pode ajudar a projetar células artificiais móveis.
Próteses celulares
Esta abordagem de baixo para cima para construir células sintéticas poderá ser usada para construir outras organelas artificiais, como o retículo endoplasmático ou um sistema semelhante ao núcleo, e pode ser o primeiro passo em direção a sistemas artificiais semelhantes a células que possam imitar os comportamentos complexos das células biológicas.
"Da medicina da fertilidade até feridas traumáticas e outras doenças mais exóticas, agora temos uma compreensão básica das ferramentas e requisitos para controlar o que acontece em uma célula. A ideia de próteses celulares está cada vez mais próxima com esse resultado," disse Parker.
Bibliografia:
Photosynthetic artificial organelles sustain and control ATP-dependent reactions in a protocellular system
Keel Yong Lee, Sung-Jin Park, Keon Ah Lee, Se-Hwan Kim, Heeyeon Kim, Yasmine Meroz, L Mahadevan, Kwang-Hwan Jung, Tae Kyu Ahn, Kevin Kit Parker, Kwanwoo Shin
Nature Biotechnology
DOI: 10.1038/nbt.4140
10 DICAS PARA ESTUDAR MELHOR, SEGUNDO A CIÊNCIA.
Suria Barbosa, Na prática, 23.05.2018
O segredo para aprender e ir bem nas provas (de qualquer tipo) não é estudar mais, é estudar melhor. A eficiência é chave para não desacelerar o aprendizado. Confira 10 dicas cientificamente comprovadas para melhorar seus estudos.
Estudar é mais uma das atividades em que focar na eficiência é mais benéfico do que na quantidade. Inclusive, segundo a ciência, estudar muito – prática chamada pelos especialistas de “overlearning” – prejudica o aprendizado. Isso porque a capacidade das pessoas de relembrar um conteúdo tem limite proporcionalmente menor à capacidade de estudo.
Para aumentar a produtividade na hora de aprender – e diminuir tempo e estresse – o site americano que cataloga universidades Best Colleges compilou diversas dicas para estudar melhor (e menos!), comprovadas pela ciência.
10 dicas para estudar eficientemente, segundo especialistas
#1 Impeça a “curva do esquecimento”
Os cientistas começaram a explorar o fenômeno psicológico “curva do esquecimento” em 1885. Ainda hoje, continua sendo um fator importante a ser considerado quando se estuda. Essencialmente, ele diz que a primeira vez que você ouve uma aula ou estuda algo novo, tem a melhor chance de retenção, de até 80%, do que aprendeu apenas revendo o conteúdo novamente dentro de 24 horas.
E – bônus – isso tem um efeito cumulativo. Depois de uma semana, você terá capacidade de reter 100% das mesmas informações após apenas cinco minutos de análise. Geralmente, os psicólogos concordam que este tipo de intervalo estudando – e não estudando – é o melhor. Para otimizar seu tempo de estudo, aproxime-o mais do dia em que você teve contato com o material do que do dia da prova.
#2 Utilize material impresso
Tablets e outros meios eletrônicos são ótimos para conveniência e portabilidade. No entanto, pesquisas sugerem que, quando se trata de estudar na faculdade, os materiais impressos tradicionais ainda têm vantagem.
Mesmo que alguns pesquisadores argumentem que adotar novos hábitos ao usar uma interface digital melhora a experiência acadêmica, mais de 90% de alunos entrevistados em um estudo compreensivo disseram preferir uma cópia impressa a um dispositivo digital quando se trata de estudo e trabalho escolar.
Além disso, um professor de psicologia da Universidade de Leicester, na Inglaterra, descobriu que os alunos precisam de mais repetição para aprender quando leem na tela do computador em comparação a quando consultam apenas material impresso.
#3 Faça conexões
Muitos especialistas consideram que a diferença entre quem aprende rápido e devagar é a maneira como estudam: em vez de memorizar, os alunos mais rápidos fazem conexões entre as ideias.
Conhecido como aprendizagem contextual, o processo é crucial e exige que cada aluno personalize seus próprios métodos de aprendizagem, fazendo conexões que relacionem as informações para começar a se encaixar e fazer sentido.
#4 Estude quando estiver cansado – e descanse em seguida
Embora isso possa parecer contra intuitivo a princípio, de acordo com a ciência, faz sentido.
Estudar quando você está mais cansado imediatamente antes de dormir pode realmente ajudar seu cérebro a reter concentrações mais altas de habilidades novas, como falar uma língua estrangeira ou tocar um instrumento. Existe até um termo para isso: “sleep-learning” (em português, “aprendizado do sono”).
Isso porque o processo de consolidação da memória está em seu melhor momento durante o sono “de ondas lentas”. O que significa que a revisão do material antes de dormir pode realmente ajudar o cérebro a reter as informações.
#5 Não releia, relembre
Esse método de estudar foi tema em 2009, quando um professor de psicologia da Universidade de Washington em St. Louis publicou um artigo na Psychological Science aconselhando os alunos contra o hábito de leitura e releitura.
Segundo ele, ler e reler os materiais podem levar os estudantes a pensarem que conhecem bem o conteúdo, mesmo quando não é verdade.
Em vez disso, ele sugere que os alunos utilizem “recordação ativa”, fechando o livro e recitando tudo o que podem lembrar para praticar a memorização a longo prazo.
#6 Use o sistema Leitner
O sistema Leitner é o mais conhecido para utilizar “cartões de memorização”. Ele serve para que os estudantes aprendam o conteúdo com o qual estão menos familiarizados pela repetição.
Modelo do sistema Leitner
Na prática, o aluno coloca todos os cartões com perguntas na caixa 1. Em seguida, pega cada cartão e tenta responder a pergunta. Se acertar a resposta, coloca-o na caixa 2. Se errar, deixa-o na caixa 1. O estudo passa para as caixas seguintes e a premissa permanece. A única diferença é que nas próximas se o estudante errar, deve voltar o cartão para a caixa anterior. Assim, os cartões na primeira caixa são estudados com mais frequência.
#7 Pense sobre o pensar
Especialistas defendem o uso do método testado e comprovado de aprendizagem chamado metacognição, ou “pensar sobre o pensar”.
Aplicado ao estudo, os alunos precisam avaliar constantemente seu nível de habilidade e progresso. Além disso, monitorar cuidadosamente seu bem-estar emocional quando realizam atividades potencialmente estressantes. A premissa é de que a metacognição ajude em uma retenção mais consciente e efetiva do conteúdo.
#8 Varie o conteúdo
Cientistas comprovaram que é melhor variar o tema ao estudar, em vez de se concentrar apenas em uma área. No entanto, é aceitável e até mesmo preferível unir campos de assuntos relacionadas ou semelhantes.
Por exemplo, em vez de apenas memorizar vocabulário em outro idioma, misture também a leitura. Se estiver estudando matemática, inclua vários conceitos juntos, em vez de apenas um.
#9 Mude de cenário
Embora isso possa ser óbvio para alguns alunos, outros podem esquecer que uma mudança tão simples quanto de cenário pode ter um grande impacto nas habilidades de aprendizado.
Um psicólogo da UCLA, por exemplo, apontou que trocar de local de estudo aumenta pode aumentar os níveis de retenção de informações e concentração.
Mudar de cômodo já é o bastante, mas os especialistas também recomendam ir “um passo além” estudando ao ar livre
#10 Assuma o papel de “professor”
Pesquisas mostram que os alunos têm melhor chances de recordação ao aprenderem novas informações quando têm a expectativa de ensiná-las a outra pessoa. Além disso, estudos também sugerem que os alunos se engajam mais e instintivamente buscam métodos de recordação e organização para o papel de “professor”.
Se tiver oportunidade, experimente ensinar o que aprendeu a um colega ou até a um “colega imaginário”. O importante é ter a expectativa de “ser professor” desde o momento de estudo, porque é ela que proporciona os benefícios.
]A ERA DO ROBÔ SAPIENS
Dioclécio Campos Júnior*, Correio Braziliense, 31.05.2018
A espécie Homo sapiens resulta de sucessivas mutações genéticas ocorridas em distintas espécies animais ao longo de milênios. O exemplo mais evidente são as estreitas semelhanças morfológica, anatômica e fisiológica do animal homem com o chimpanzé. A passagem da condição de quadrúpede para bípede permitiu o crescimento e a diferenciação mais avançados do cérebro. Tais mudanças foram decisivas para a viabilização do potencial criativo e inovador da nova espécie. Sua superioridade zoológica consolidou-se amplamente. Venceu desafios ecológicos singulares, criou a agricultura e escravizou quase todas as demais espécies sob o conceito da domesticação. Foram assim dominadas em benefício dos interesses da espécie humana.
Nova fase da evolução das espécies começa a ser vivida no planeta Terra. Com o passar do tempo, vai se esboçando o cenário de mais um capítulo na lógica do evolucionismo. Estranha figura, original, vai brotando do Homo sapiens por meio de ampla mutação tecnológica, não mais genética. Configura-se progressivamente o Robô sapiens, concebido e gerado pelo animal homem. Amadurece rapidamente o ser robótico que passará a comandar a sociedade futura. Sua inteligência artificial ganha atributos inovadores que lhe permitem, com o incessante desenvolvimento, projetar-se acima da inteligência natural do ser humano. E não apenas a inteligência, artificiais também serão nutrição, sexo, concepção, gestação, parto, família, educação, rotina de trabalho, arte, cultura. A espécie humana estará inteiramente subjugada pelo Robô sapiens, como já se pode prever. Na verdade, terminará tecnologicamente escravizada pela versão eletrônica da domesticação humana que já vem sendo implantada.
O homem passará a ser assim adestrado pelo robô. E como o elemento robótico não requer a modalidade de nutrição humana, os animais, particularmente os mamíferos, fontes de proteína, não serão mais abatidos para alimentar os autômatos da inteligência artificial. Além disso, a tendência atual de declínio irreversível da taxa de natalidade do Homo sapiens coloca-o entre as espécies em extinção. Não é, pois, uma visão alucinada imaginar sobreviventes humanos futuramente preservados nos jardins zoológicos da sociedade robótica. Trata-se do reverso da experiência imposta pelo homem a tantos bichos que se tornaram rentáveis atrativos turísticos, em quase todos os países.
A era do Robô sapiens será completamente diferente da atual. Não haverá racismo, preconceitos de cores, classes sociais distintas, exploração sexual, genialidades distintivas, hábitos e condições de vida seletivos, abusos e negligências contra crianças e adolescentes, leis trabalhistas e previdenciárias, proteção contra violência, presídios, orfanatos, creches, asilos para idosos nem cultos funerários com cremação ou sepultamento. A figura robótica atingirá o clímax do materialismo dominante, desprovido de toda e qualquer sensibilidade ética desenvolvida pela espécie humana durante o reinado que exerceu sobre as demais. Virá à tona a famosa lei da atração material: "A matéria atrai a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias". Será o princípio dominante na dinâmica de uma era robótica.
A alma do novo engenho tecnológico que passa a culminar a trajetória do evolucionismo é a síntese do alcance ilimitado do algoritmo, que está na gênese da mutação cibernética imperceptivelmente gerada pelo Homo sapiens, da qual nasceram o corpo e a mente do Robô sapiens. Esgota-se, assim, o reinado do Homo sobre todos os outros animais porque passa a estar subordinado à nova espécie cibernética a que deu origem. Quanto mais se investir na chamada inteligência artificial, maior será o poder que lhe é conferido na lógica evolucionista da lei do mais forte, que esteve sempre em vigor.
A deificação do homem, bem caracterizada por Yuval Noah Harari em seu livro Homo Deus, é o objetivo das transformações que vêm sendo procedidas no intuito de gerar práticas tecnológicas capazes de dominar o universo. Perde-se, contudo, a capacidade de perceber o empoderamento do maquinismo robótico, que progressivamente vai se tornando insuperável, ganhando independência poderosa relativamente à reduzida capacidade de seu controle pelo animal homem. Se o Homo sapiens não se der conta dos erros que comete na rota do evolucionismo animal, o Robô sapiens assumirá o controle do planeta, condenando o mamífero humano à insignificância de mais uma espécie domesticada.
*Dioclécio Campos Júnior, Médico, professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, membro ativo da Academia Brasileira de Pediatria e presidente do Global Pediatric Education Consortium (GPEC). E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
“NÃO ADIANTA TER CIDADES INTELIGENTES E UM MEIO RURAL QUE É ‘BURRO”
Clara Teixiera, Sociedade e GeoDireito, 31.05.2018
Otimizar e ocupar o território faz-se com recurso aos fundos europeus mas também com uma política de atração de imigrantes qualificados para o interior do País. E os vistos gold podem dar uma ajuda. Entrevista a Luiz Ugeda, advogado, geógrafo e sócio da Geodireito
É brasileiro e os seus instrumentos de trabalho são a Geografia e o Direito. Por isso, diz que o seu negócio são “os mapas e as normas”. Veio para Portugal fazer o doutoramento em Direito, na Universidade de Coimbra, e ao mesmo tempo fez o levantamento das necessidades do País. Encontrou um interior despovoado, dotado de uma infraestrutura “ociosa e sobredimensionada”, e viu nisso o terreno ideal para “casar” uma política imigratória com uma política de ocupação do território. Com o auxílio de parceiros nacionais, quer oferecer serviços de captação de recursos financeiros e de identificação de oportunidades de investimento em áreas como a energia, os portos e aeroportos. Na bagagem, Luiz Ugeda traz a experiência obtida em projetos elétricos no Brasil, assim como na expansão e instalação dos aeroportos de Brasília e de Natal. E traz também um discurso adaptado aos problemas de um interior que ardeu demasiadas vezes no verão passado.
Propõe-se fazer a “reinvenção do ordenamento do território português”. Como?
Reinventar o território é reinventar a ciência, tanto geográfica quanto jurídica. Precisamos de mapas e normas, como dizemos no Brasil. De um conjunto de sistemas de informação geográfica que esteja alinhado com um conjunto de normas e legislações. Quando começamos a trabalhar com conceitos de cidades inteligentes, redes inteligentes, principalmente no setor elétrico, no saneamento, no gás, também começamos a pensar em territórios inteligentes. Não adianta você ter cidades inteligentes e um meio rural que é “burro”. Não adianta ter cidades inteligentes num País que arde duas vezes num ano. Como integrar o território de uma forma inteligente? No caso do Brasil, vivemos a antítese. Por causa da influência da agro-indústria, temos um meio rural inteligente, com uso intensivo de drones, de imagens de satélite, de mapeamento do solo, e temos cidades completamente analógicas. Então, temos que trabalhar com essas duas realidades e encontrar mecanismos, tanto geográficos como jurídicos, para desenvolver políticas públicas.
Como é que avalia as políticas públicas nacionais, à luz da tragédia dos incêndios no último verão?
Sempre há o que melhorar para se avançar com as políticas públicas. Os portugueses têm as suas visões e as suas expetativas sobre o ordenamento do território. Atualmente, existe a preocupação de descentralizar a população e existem incentivos para trazer mão de obra qualificada para o País. A nossa intenção é trabalhar com essas ferramentas para identificar novos negócios. Nada nos impede de olhar para regiões como Portalegre, Guarda, Pedrógão Grande e pensar em soluções para otimizar o território.
Pode dar exemplos?
O Brasil tem uma grande experiência agrícola. A Brasagro, empresa brasileira agroindustrial, tem vários peritos para trabalhar com o solo e consegue plantar trigo de qualidade em zona tropical. Isso pode ser interessante para Portugal. Talvez a reocupação do território português possa ser feita pela agricultura, ou pela co-geração de energia, já que Portugal está na vanguarda das energias alternativas. O aproveitamento de resíduos vegetais e animais para a produção de energia é muito incipiente. Identificámos algumas oportunidades e queremos trazer para cá a nossa expertise. É isso que a Geodireito se propõe.
A agricultura ocupa pouca mão de-obra, embora qualificada. É através dela que se vai atrair pessoas para fazer a “ocupação inteligente” do território?
Você leva pessoas para a agricultura, mas essas pessoas vão precisar de médicos, de professores, de bancários, de prestadores de serviços, e aí você começa a dar um reaquecimento na economia local. São atividades modernas, que empregam poucas pessoas, mas não podemos pensar apenas nos empregos diretos. O mais interessante é que pode ser feito em consonância com os valores históricos de Portugal. Não me parece despropositado trazer uma realidade dessas para cá.
A sua experiência no Brasil, na América do Sul, é a de um território que é vasto. Portugal é um país pequeno. O modelo é transponível?
Acredito que sim. Por ser uma escala maior, até simplifica o trabalho. É preciso um esforço menor para atingir os mesmos objetivos. Se pensarmos que um estado agrícola como o do Mato Grosso, que tem o tamanho da França e da Espanha juntas, mas só tem 3 milhões de pessoas, está crescendo a taxas “chinesas” de 10 a 12% ao ano... O Brasil não cresce, as grandes cidades não crescem, mas o meio rural está crescendo com a venda de commodities para a China e para outros mercados emergentes. Não temos a pretensão de reinventar o território como é feito lá, nem queremos construir do zero, mas queremos pegar em novas regionalidades e tentar atrair quem queira investir.
O Governo tem a descentralização na agenda. É suficiente?
O Governo tem tido a virtude de discutir, de forma profunda, as políticas de ordenamento territorial. O grande défice talvez seja que a ocupação do território, exceto na China, nunca acontece com decréscimo populacional. Portugal precisa de casar uma política de ordenamento do território com uma política imigratória, para atrair estrangeiros mas também os portugueses que saíram. Veja o exemplo do Brasil. Até ao século XIX era um país de cabotagem [navegação entre portos na mesma costa], mas a partir daí começou a ter políticas públicas para a interiorização. Os governos fundaram Belo Horizonte [uma das primeiras cidades planeadas no Brasil] em 1898, Goiânia em 1933, e mudaram a capital para Brasília em 1960. Transferiram a pressão demográfica do litoral para o interior. Mas o Brasil tinha uma política imigratória, que atraiu alemães, libaneses, japoneses, aliada a uma possibilidade de ordenamento do território. Com exceção da China, que consegue fazer a interiorização mesmo com a política do filho único, não vejo muitos países a fazer o mesmo sem uma política imigratória. Talvez o governo português pudesse fazer essa reflexão… com uma diferença: no Brasil, você estava ocupando sertões; aqui você vai ocupar uma infraestrutura que já existe, mas que está ociosa e sobredimensionada. E, no mundo caótico em que vivemos, com êxodos demográficos e ambientais, tudo o que as populações carentes querem é ocupar regiões com infraestruturas ociosas. Portugal, enquanto estado europeu, tem todas as condições para aliar política imigratória, de gente qualificada, a uma política de ordenamento territorial.
Os portugueses estão receosos em relação ao interior, por causa dos incêndios. Morreram pessoas por falta de auxílio das forças de segurança…
Portugal tem de repensar a sua relação com o interior. Quando você aporta ao interior a mesma inteligência que existe na cidade, começa a modificar a situação. Se pensar em culturas que não exponham Portugal ao risco – como o eucalipto -, estará a pensar em novas sinalizações económicas que permitam repensar o ordenamento do território.
Os fundos europeus podem suportar uma nova política de atração de pessoas?
Portugal não precisa de muitos recursos. E pode aliar esses fundos a capital externo, atraindo investidores, porque não estará a ocupar sertões nem terras virgens.
A Geodireito propõe-se identificar as oportunidades económicas e as infraestruturas que podem atrair pessoas para o interior. Como é que presta esses serviços?
O Direito Administrativo Geográfico [Geodireito] é o mecanismo que vai ser usado no século XXI para se inventariar o território. Se até à invenção dos sistemas de informação geográfica você fazia tudo em sistemas analógicos, com recurso a papel e a mapas antigos, agora você tem uma capacidade enorme de processamento de dados. Isso se faz com fundos europeus e com uma iniciativa privada que tem interesse em ocupar o interior. Existem muitas pessoas que querem vir para Portugal através do visto gold, e que poderiam investir no interior. Não precisam de ir para o centro de Lisboa se puderem ir para Portalegre ou Castelo Branco, desde que se sintam confortáveis para investir o dinheiro nessas regiões. São essas oportunidades que temos de identificar. Costumo dizer que temos de ocupar os vazios. A natureza tem horror ao vácuo (risos). Tudo o que está vazio tem que ser cheio e tudo o que está cheio tem que ficar vazio. Temos que fazer com que o espaço seja menos desigual, para termos um País mais coeso. Só será coeso quando for menos desigual. Mas se nada for feito, as desigualdades vão aumentar. Precisamos de criar mecanismos para tirar as pessoas dos grandes centros e dizer-lhes que, em vez de irem para França ou Alemanha, existem alternativas que podem ser boas no interior do País.
A RESISTÊNCIA DOS PROFESSORES
Karla Monteiro, #Carta, 04.06.2018
A Conferência Nacional Popular da Educação, realizada em Belo Horizonte, busca ser uma resposta ao desmonte do ensino
Caminhada pelas ruas de BH abriu o evento
Corria o ano de 1988. Depois de duas décadas de silêncio, o Brasil ouvia o barulho das mobilizações populares, com os diversos setores organizados em torno do debate constitucional. Naqueles dias de efervescência política, trabalhadores da educação iniciaram a luta pela inclusão na nova Constituição, promulgada em outubro, do Fórum Nacional da Educação, espaço permanente de diálogo entre a sociedade e o governo.
O FNE só sairia do papel 22 anos depois, em 2010, durante o segundo governo Lula, com a realização da primeira Conferência Nacional de Educação. Durou pouco. Depois do impeachment de Dilma Rousseff em 2016, o debate público foi ignorado e prevaleceu unicamente o interesse dos empresários do setor.
Assim, Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, resume o processo que culminou na Conferência Nacional Popular realizada entre 24 e 26 de maio em Belo Horizonte, com o intuito de retomar aquela agenda que enchia de esperança o Brasil recém-saído da ditadura. A pauta continua a mesma: uma participação coletiva em defesa do ensino público gratuito e de qualidade para todos.
Do encontro, que reuniu diversas entidades profissionais da educação e 4,3 mil participantes durante os três dias, brotaram as diretrizes para a elaboração de um manifesto, batizado de “Carta de Belo Horizonte”. Trata-se de uma tentativa de influenciar o debate eleitoral.
“Havia uma lei que previa uma conferência nacional a cada quatro anos. Depois de muito protelar, o novo governo mudou o decreto de convocação da conferência. Reduziram drasticamente a participação da sociedade civil, de 42 para 18 entidades, e aumentaram o número de representantes do Ministério da Educação, que passou a ter maioria, uma aberração”, descreve Araújo. “Entramos com várias ações contra essa medida e não conseguimos derrubar. Então decidimos romper a farsa e criar o Fórum Nacional Popular de Educação para a convocação da Conape.”
Um pilar sustentou o debate nas diversas mesas que ocuparam o pavilhão de exposições do Parque da Gameleira, tradicional espaço de feiras na capital mineira: a volta ao caminho da democracia. Ou “o déficit democrático”, como definiu Gilson Reis, coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino.
Araújo: 'O golpe nos atingiu em cheio' (Foto: Divulgação)
Segundo ele, estava claro para os mais de 4 mil participantes, representando entidades regionais, estaduais e nacionais de ensino, que um dos principais focos do golpe foi intervir na educação, com um conjunto de medidas para desmontar o ensino público. “Todas as reformas apresentadas até agora apontam nesta direção, da alienação de recursos à articulação com setores fundamentalistas, como o Escola Sem Partido, levando para a sala de aula um debate autoritário.”
Entre os assuntos da extensa pauta estava a PEC 95, ou 241, a depender da casa legislativa, considerada gatilho para a desarticulação em processo. A chamada “PEC do Teto de Gastos” estabeleceu um novo regime fiscal ao congelar os gastos do governo federal por 20 anos.
Com isso, conforme acreditam os organizadores da conferência, inviabiliza-se a principal conquista da organização popular em 2010, o Plano Nacional de Educação.
Aprovado pelo Congresso Nacional em 2014, o PNE traça 20 metas, entre elas, a universalização do ensino infantil e médio e o plano de carreira para os professores da rede pública. Estava previsto ainda o aumento gradativo dos investimentos em educação em proporção do PIB, com a meta de 10% em 2020.
Na contramão do que se pretendia, as matrículas do ensino médio tiveram queda de 2,5% no ano passado. Cerca de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola, segundo o Censo de Educação Básica de 2017. “Na prática o orçamento foi dividido em duas partes: metade para as políticas públicas e metade para a rolagem da dívida. Isso implica uma redução dramática dos recursos para a educação, inviabilizando completamente as metas, uma conquista histórica nossa”, ressalta Reis.
A reforma do ensino médio, acrescenta, vem em segundo lugar no hall das questões que afligem a categoria, um retrocesso que divide os estudantes entre aqueles que vão ter acesso a “um ensino propedêutico” e aqueles que vão ter acesso a “um ensino técnico de baixa qualidade”: “Foi uma reforma curricular sem debate, feita de cima a baixo, estávamos discutindo há oito anos”, avaliou.
Sob a torrente histórica de ocupações das escolas públicas pelos estudantes, o Senado aprovou, em fevereiro do ano passado, a Medida Provisória 746, mais conhecida como a (contra) reforma do ensino médio. Entre as medidas mais controversas consta a flexibilização do conteúdo, retirando a obrigatoriedade de quatro disciplinas: filosofia, sociologia, artes e educação física.
Reis: 'Querem criar duas categorias de estudantes' (Foto: Divulgação)
Outro ponto é a abertura da brecha ao ensino online. O governo chegou a cogitar a liberação de até 40% da carga horária total do ensino médio na modalidade de educação a distância, inclusive em plataformas privadas.
“Em 2016, todos os brasileiros de 4 a 17 anos deveriam estar matriculados. Chegamos em 2018 com 3,2 milhões fora da escola e temos 80 milhões de adultos que não concluíram a educação básica”, resume Araújo. “Para economizar, o governo federal mudou a base nacional curricular, autorizando os estados a aplicar parte do orçamento em ensino a distância.”
O cenário é realmente desalentador. O orçamento do Ministério da Educação para 2018 repete, praticamente, o valor do ano anterior: 107,5 bilhões de reais. O Congresso Nacional chegou a aprovar um recurso adicional de 1,5 bilhão de reais ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o Fundeb, mas este foi o único item vetado por Temer ao sancionar a Lei Anual Orçamentária no início do ano.
Ao circular entre as mesas de debate durante a conferência, Nilton Ferreira Brandão, professor do Instituto Federal do Paraná e presidente da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, chamava atenção para a tragédia das universidades públicas.
De acordo com ele, para entender o ocaso é preciso voltar a 2003, quando o presidente Lula assumiu o governo e criou o Reuni, o programa de apoio a planos de reestruturação e expansão das universidades federais.
Instituído em 2007, o Reuni criou 132 novos campi e 18 novas universidades. Apenas entre 2005 e 2009, o número de matrículas nas federais aumentou 30%. O total de institutos saltou de 152, incluídos as escolas técnicas, escolas de aplicação das universidades e os Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), no governo FHC, para 640 no primeiro mandato de Dilma.
“Houve uma profícua consolidação, com um processo de investimentos e expansão. Tudo tem sido descontinuado, e esse movimento coloca em risco esse legado. Nas universidades, o orçamento caiu de aproximadamente 13 bilhões, em 2015, para 5,9 bilhões de reais, em 2018. Nos institutos federais, a queda foi de 7,9 bilhões para 2,8 bilhões”, compara Brandão. “Em 2006, fizemos um debate sobre a carência de técnicos no Brasil. O País precisava, então, de cerca de 6 milhões de técnicos. A criação dos institutos federais multicampi, um por estado, foi um grande passo na democratização da educação.”
Segundo Brandão, o desmantelamento das universidades públicas é uma obra em progresso: “Não tem dinheiro. Pense em instituições jovens, com cursos em criação, que levariam anos para se consolidar. Na prática, essa política inviabiliza o ensino público. A meta do governo golpista, aliás, é só essa, basta olhar os investimentos”.
A Conape começou com uma marcha entre duas praças, da Liberdade e da Estação, dois palcos tradicionais de manifestações populares em BH. O evento de abertura contou com a presença de Dilma Rousseff. Os resultados da conferência foram sintetizados em um documento denominado “Plano de Luta”, com 14 tópicos que conduziram os debates. Além disso, a “Carta de Belo Horizonte”, em fase final de elaboração, será distribuída a eleitores e enviada aos candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais.
“Essa foi a ‘Conferência da Resistência”, com a efetiva participação social. O fórum era um sonho desde a Constituição de 1988. Conquistamos este espaço. O golpe nos atingiu em cheio”, arremata Araújo.
PORTUGAL APOSTA EM BRASILEIROS PARA IMPULSIONAR UNIVERSIDADES
Giuliana Miranda, UOL Educação, 04.06.2018
As universidades de Portugal —país com uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa e uma população cada vez mais envelhecida— estão apostando nos estudantes estrangeiros, sobretudo brasileiros, como forma de preencher as vagas ociosas.
Nos últimos dez anos, a quantidade de alunos internacionais em instituições portuguesas praticamente dobrou. Houve uma alta de 95%, segundo estatísticas do setor.
Os estudantes brasileiros lideram o ranking. São mais de 12,2 mil alunos: quase a mesma quantidade que têm, somados, os outros quatro países do top 5 —Angola, Espanha, Cabo Verde e Itália.
Os estrangeiros são também uma cobiçada fonte de receita. Desde 2014, as universidades, inclusive as públicas, podem cobrar valores mais caros do que pagam os portugueses.
As instituições têm liberdade: algumas cobram o mesmo valor, enquanto outras praticam preços até sete vezes mais altos pelo mesmo curso.
Mas essa diferença não tem retraído os brasileiros.
O consulado de Portugal em São Paulo registrou um aumento de mais de 35% na solicitação de vistos de estudante em 2017, e 2018 deve ter ainda mais pedidos. Com tanta demanda, a demora pela documentação aumentou. No ano passado, houve quem perdesse o início do ano letivo devido ao atraso no visto.
As instituições de ensino, por sua vez, tentam facilitar cada vez mais a entrada dos brasileiros. Atualmente, 31 delas já aceitam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
A vontade de atrair brasileiros também cria novos produtos de olho nesse público.
A Universidade Nova de Lisboa, por exemplo, lançou um pré-semestre acadêmico destinado ao mercado internacional, com muita ênfase nos estudantes brasileiros.
Espécie de `test drive` dos cursos e do ambiente universitário, o pré-semestre garante um período de orientação e aulas de adaptação antes de começar a graduação para valer.
A ideia é que os alunos tenham contato com o ambiente acadêmico da Europa e se familiarizem com os diferentes cursos e a realidade de Portugal antes de baterem o martelo sobre que curso fazer.
`É um processo muito menos traumatizante para o aluno. Isso é muito mais fácil do que ele estar no Brasil e se candidatar para uma coisa que ele não conhece, vir para cá e ter de ficar quatro anos aqui`, diz o vice-reitor João Amaro de Matos.
Prestes a acabar seu pré-semestre, a carioca Carolina Nunes, 20, gostou de conhecer os cursos antes de se decidir.
`Eu gostei muito da experiência, porque a gente tem a oportunidade de conhecer e se adaptar um pouco mais antes de começar o curso para valer. Ainda mais por ser um país diferente e por ter uma forma de educação totalmente diferente da que nós temos no Brasil`, diz.
Natural de Vinhedo (SP), Gustavo Schliemann, 20, diz que um dos pontos positivos foi também estar mais próximo dos polos de tecnologia da área que quer seguir.
`Quero fazer engenharia biomédica e isso é muito mais forte aqui na Europa do que no Brasil. Além disso, as empresas que contratam mesmo ficam principalmente aqui.`
Pioneira na incorporação do Enem, em 2014, a Universidade de Coimbra é a mais brasileira entre as universidades estrangeiras. São mais de 2.000 alunos, entre graduação e pós-graduação.
Segundo a instituição, a demanda dos brasileiros pela universidade tem sido tão grande que quase 500 interessados não foram admitidos.
A Universidade do Algarve também tem uma comunidade brasileira expressiva: são mais de 600 estudando lá.
O número de brasileiros cresceu 59% de 2017 para 2018, sendo ainda mais acentuado nos mestrados: uma alta de cerca de 103%, em 35 cursos diferentes.
GOVERNO VAI CEDER USO DA BASE DE ALC NTARA SEM TRANSFERÊNCIA TECNOLÓGICA
Site Inovação Tecnológica, 05.06.2018
O primeiro foguete brasileiro com propulsor a etanol foi lançado em Alcântara.[Imagem: Ministério da Aeronáutica/Divulgação]
Cessão de direitos
O governo dos Estados Unidos anunciou que irá iniciar negociações com o Brasil para selar um acordo de salvaguardas tecnológicas para utilização da Base de Lançamento de Alcântara.
O acordo de salvaguardas significa que os EUA terão controle total das operações, impedindo que o Brasil possa ter acesso às tecnologias. Ainda não está definido se outros países também poderão utilizar as plataformas de lançamento sem autorização norte-americana.
Vários países já haviam manifestado interesse em utilizar a base de Alcântara, devido à sua posição favorável, perto do Equador. Essa posição economiza combustível para lançamento de satélites.
Terreno de aluguel
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil tentou fechar um acordo com os Estados Unidos para poder viabilizar o uso comercial da base para outros países.
O Congresso brasileiro, entretanto, barrou a entrada em vigor do acordo, por acreditar que ele feria a soberania brasileira ao garantir segredos tecnológicos norte-americanos.
A sanha privatizante do governo Michel Temer parece ser ainda maior, e o presidente parece acreditar que o atual Congresso autorizará o acordo. Mas há poucas chances de que o acordo seja concluído antes do fim deste governo.
"Se você não tiver um acordo que garanta a propriedade intelectual dos foguetes e dos satélites que serão lançados, nenhum satélite e nenhum foguete poderá ser lançado, pois a grande maioria dos lançamentos carregam tecnologia [norte-]americana", defendeu o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes.
O ministro também argumentou que o acordo não viola a soberania brasileira e que o governo norte-americano quer "a defesa dos seus segredos comerciais, o que é legítimo".
Mas o ministro nada falou sobre o legítimo interesse do Brasil em desenvolver sua indústria aeroespacial e utilizar sua base de lançamento como algo mais do que um terreno de aluguel.
CONHEÇA UM POUCO SOBRE SIR RONALD AYLMER FISHER, O PAI DA ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS.
School of Mathematics and Statistics University of St Andrews, Scotland
Data de Nascimento | Lugar do Nascimento | Data da morte | Lugar da morte |
17 Feb 1890 | London, England | 29 July 1962 | Adelaide, Australia |
RA Fisher, foram os pais de Katie Heath, a filha de um advogado, e George Fisher, da Fisher Robinson e uma empresa de venda em leilão de King Street, St James, em Londres. Katie e George tiveram sete filhos, quatro meninos e três meninas. Após o nascimento de Godofredo, em 1876 e Evelyn, em 1877, deram o nome de seu terceiro filho, que nasceu no ano seguinte, Alan. Ele morreu em idade muito jovem e Katie, sendo supersticioso, decidiu que todos os seus filhos a partir desse momento teria um "y" em seu nome. Ronald Fisher foi o segundo de gêmeos, mas o gêmeo mais velho nasceu morto.
Em 1904 Ronald entrou Harrow, mas este era um momento difícil para o garoto de quatorze anos de idade, por que sua mãe morreu naquele ano de peritonite aguda. Apesar disso, ele se sobressaiu na Harrow ganhar a medalha de Neeld em 1906 em um concurso de redação matemática aberto a toda a escola. Fisher foi premiado com uma bolsa de 80 de Caio e Gonville College, em Cambridge, que era necessário para financiar seus estudos, pois seu pai tinha perdido a sua fortuna. Em outubro de 1909, matriculou-se na Universidade de Cambridge.
Embora tenha estudado matemática e astronomia na Universidade de Cambridge, ele também estava interessado em biologia. Em seu segundo ano como estudante de graduação, ele começou a consultar os membros seniores da universidade, sobre a possibilidade de formar um Cambridge University Eugenics Society. Ele se graduou com distinção no tripos matemática de 1912. Seu tutor, no entanto, acredita que poderia ter feito melhor, escrevendo:
... se tivesse preso às cordas que ele teria feito um matemático de primeira classe, mas ele não quis.
Presenteado com uma bolsa de estudo Wollaston, ele continuou seus estudos na Universidade de Cambridge em Stratton sobre a teoria dos erros de leitura s manual aérea "da Teoria dos Erros. O interesse de Fisher, na teoria dos erros que eventualmente o levou a investigar os problemas estatísticos.
Depois de sair de Cambridge, Fisher não tinha meios de apoio financeiro e trabalhou por alguns meses em uma fazenda no Canadá. Ele voltou para Londres, assumir um cargo como estatístico no mercantil e de investimento da empresa. Quando a guerra eclodiu em 1914, ele tentou com entusiasmo para se alistar no exército, tendo já treinado na Formação dos Oficiais do Corpo enquanto em Cambridge. Seu exame médico mostrou-lhe A1 em todos os aspectos, excepto com a sua visão, que foi avaliada C5, por isso ele foi rejeitado. Tornou-se professor de matemática e física, ensino de Rugby e de outras escolas semelhantes entre 1915 e 1919.
O interesse na eugenia, e suas experiências de trabalho na fazenda canadense, feito Fisher interessados em iniciar uma fazenda de sua autoria. Nestes planos, ele foi incentivado por Gudruna, a esposa de um amigo da faculdade, e isso o levou a reunião Ruth Eileen Gratton Guinness, irmã mais nova Gudruna's. Ruth Eileen Gudruna eo pai, o Dr. Henry Gratton Guinness, morreu quando eles eram jovens e Ruth Eileen, apenas dezesseis anos de idade, sabia que sua mãe não aprovaria o seu casamento tão jovem. Como resultado Fisher Ruth casou-se com Eileen em uma cerimônia secreta, sem conhecimento da mãe, em 26 de abril de 1917, poucos dias depois do aniversário Ruth Eileen 17 de outubro. Eles tiveram dois filhos e sete filhas, um dos quais morreram na infância.
Fisher deixou de ser um professor de matemática em 1919, quando foi oferecido dois lugares simultaneamente. Karl Pearson lhe ofereceu o cargo de técnico estatístico chefe do laboratório de Galton e também foi oferecido o cargo de estatístico da Estação Experimental Agrícola de Rothamsted. Este foi o mais antigo instituto de pesquisa agrícola no Reino Unido, criada em 1837 para estudar os efeitos da nutrição e tipos de solo sobre a fertilidade da planta, e apelou aos juros de Fisher na agricultura. Ele aceitou o posto de Rothamsted, onde fez muitas contribuições, tanto para as estatísticas, em especial o projeto e análise de experimentos, e com a genética.
Lá, ele estudou o projeto de experimentos, introduzindo o conceito de randomização e de análise de variância, procedimentos já utilizados em todo o mundo. Ideia de Fisher foi para arranjar uma experiência como um conjunto de sub-dividido experimentos que diferem uns dos outros em ter um ou vários fatores ou tratamentos aplicados a eles. O sub-experimentos foram concebidos de forma a permitir que suas diferenças de resultado a ser atribuído a diferentes fatores ou combinações de fatores, por meio de análise estatística. Este foi um avanço notável sobre a abordagem actual da variando apenas um fator em um tempo em um experimento, que foi um processo relativamente ineficiente.
Em 1921, ele introduziu o conceito de probabilidade. A probabilidade de um parâmetro é proporcional à probabilidade de os dados e lhe dá uma função que normalmente tem um valor máximo único, o que ele chamou de probabilidade máxima. Em 1922, ele deu uma nova definição de estatísticas. Seu objetivo era, segundo ele, a redução de dados, e ele identificou três problemas fundamentais. São eles:
- especificação do tipo de população que os dados vieram;
- estimativa, e
- distribuição.
Fisher publicou vários textos importantes, nomeadamente Statistical Methods for Research Workers (1925) correu para muitas edições que se estendeu ao longo de sua vida. Era um manual para os métodos de projeto e análise de experimentos que ele havia desenvolvido na Rothamsted. As contribuições feitas Fisher incluiu o desenvolvimento de métodos adequados para pequenas amostras, como os de Gosset, ea descoberta das distribuições de estatísticas precisas de exemplo. Fisher publicou O projeto de experimentos (1935) e as tabelas de Estatística (1947). Seus livros:
... revolucionou a pesquisa agrícola, porque descreveu os métodos, agora usado em todo o mundo, para avaliar os resultados dos experimentos amostra pequena e por isso que nossos ensaios experimentais de forma a minimizar as perturbações devido à heterogeneidade dos solos e da irregularidade inevitável de material biológico.
Embora, na Estação Experimental Agrícola, que ele conduziu reprodução experiências com ratos, caramujos e aves, e os resultados obtidos, ele levou a teorias sobre a posição dominante do gene e de aptidão, que ele publicou em A Teoria Genética da Seleção Natural (1930).
Este trabalho de selecção natural levou Fisher para questionar o modo que, nas sociedades civilizadas fraco e pouco férteis pessoas obtiveram vantagens sobre forte indivíduos saudáveis. Ele achava que o natural de sobrevivência do mais apto "método de melhorar a raça humana foi sendo alterada artificialmente, por fatores que beneficiou especialmente os menos adaptados. Um forte defensor de medidas para contrariar essa tendência, ele propôs que os abonos de família deve ser proporcional à renda e manter o bem-adaptado membros saudáveis da sociedade. Como se poderia esperar, essa política foi muito impopular e encontrou poucos adeptos.
Em 1933, Karl Pearson aposentado como Professor de Galton, a eugenia no University College e Fisher foi nomeado para a presidência como seu sucessor. Na verdade o post foi dividido em dois, com Karl Pearson 's filho Egon também a ser nomeado para uma cadeira. Fisher no cargo por dez anos, sendo apontado como Arthur Balfour professor de genética na Universidade de Cambridge, em 1943. Antes disso, porém, ele havia se afastado de Londres, quando a guerra eclodiu em 1939, procura de alojamento temporário em Harpenden. Aposentou-se da sua cadeira de Cambridge em 1957, mas continuou a exercer as suas funções há mais dois anos até que seu sucessor poderá ser nomeado. Ele então se mudou para a Universidade de Adelaide, onde continuou sua pesquisa para os três últimos anos de sua vida.
Havia uma certa ironia no fato de que a Fisher conseguiu Pearson, em 1933, para os dois tiveram uma longa discussão. A disputa começou em 1917 quando Pearson publicou um artigo afirmando que Fisher não tinha conseguido distinguir a probabilidade de probabilidade inversa em um papel, ele escreveu em 1915. Apesar de nesta fase de Fisher foi apenas o começo em sua carreira, ele ficou com raiva de Pearson, que tinha publicado um artigo que foi crítico de seus resultados, sem dizer-lhe que ele estava prestes a fazê-lo. Além disso, ele não aceitou Pearson 's críticas, sentindo que ele estava correto.
Na verdade os motivos da briga não eram quase tão simples como aquelas geralmente dado. A explicação padrão é que Fisher se tornou amargo porque ele sofreu uma grave injustiça ter seus artigos rejeitados pelos matemáticos que não entender a biologia e biólogos que não entendia de matemática. Tomemos um exemplo para mostrar que de fato se trata de uma simplificação excessiva. Em 1918 Fisher apresentou o seu papel muito importante na correlação entre os familiares sobre a suposição de herança mendeliana para a Royal Society. Dois árbitros, RC Punnett e Pearson, foram nomeados e informou sobre o papel. Nem o juiz rejeitou o papel, no entanto, ambos apenas manifestara reservas e afirma claramente que houve aspectos do papel que eles não eram competentes para julgar. Em caso de Fisher desistiu do papel e apresentou-o aos Transactions of the Royal Society of Edinburgh, onde ela foi aceita. Não é de estranhar que as idéias de Fisher novela teve tempo para se tornar aceito.
A rivalidade se tornou amarga, porém, quando Pearson usou sua posição como editor da Biometrika atacar uso de Fisher, do teste qui-quadrado em um papel 1922. Pearson foi muito mais longe, no entanto, Fisher e alegou que tinha feito um desserviço às estatísticas amplamente pela publicação de resultados errados. The Royal Statistical Society, em seguida, se recusou a publicar trabalhos de Fisher e renunciou à sociedade, em protesto. Claro Fisher também aproveitaram todas as oportunidades para atacar Pearson, e não seria justo dizer que cada um mostrou o ódio para com o outro. Mesmo depois de Pearson morreu em 1936, Fisher continuou o seu ataque a ele, o que tornou o clima no University College de um problema muito difícil de Pearson com o filho de Egon também titular de uma cadeira.
Fisher foi eleito Fellow da Royal Society em 1929, foi condecorado com a Medalha da Sociedade Real em 1938, e foi condecorado com a Medalha da Sociedade de Darwin, em 1948:
... em reconhecimento à sua contribuição para a forma da teoria da seleção natural, o conceito de seu complexo de genes ea evolução da posição dominante.
Então, em 1955, ele recebeu a Medalha Copley da Royal Society:
... em reconhecimento de suas contribuições diversas e distintas para o desenvolvimento da teoria e aplicação de dados estatísticos para fazer um campo vasto quantitativos da biologia.
Ele foi eleito para a Academia Americana de Artes e Ciências, em 1934, a Sociedade Filosófica Americana em 1941, a Sociedade Internacional de Hematologia, em 1948, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em 1948, e da Deutsche Akademie der Naturforscher Leopoldina em 1960. Várias instituições lhe concedeu um doutoramento honoris causa, incluindo Harvard University (1936), University of Calcutta (1938), University of London (1946), University of Glasgow (1947), University of Adelaide (1959), University of Leeds (1961), e o índio Statistical Institute (1962). Ele foi nomeado cavaleiro em 1952.
Fisher personagem é descrito como se segue:
Ele era capaz de enorme charme e simpatia na amizade. Mas ele também foi vítima, como ele próprio reconheceu, de um temperamento incontrolável; e sua devoção à verdade científica que ele viu sendo literalmente apaixonado, ele era um inimigo implacável dos que ele julgado culpado do erro de propagação.
Ele tinha outros pontos fortes e fracos também:
Como um penetrante pensador Fisher foi excelente, mas seus escritos são difíceis para muitos leitores. Na verdade, alguns de seus ensinamentos têm sido mais eficazmente transmitidas pelos livros dos outros que têm sido capazes de simplificar a sua expressão. Como palestrante também, Fisher foi muito difícil para o aluno médio, as aulas seriam rapidamente caem por terra, até que apenas dois ou três alunos que aguentou o ritmo manteve-se tão fascinado discípulos. Nem era particularmente bem sucedido como um administrador, ele talvez tenha ignorado os limites do homem comum. Mas, com os seus interesses ampla e penetrante que ele era um conversador muito estimulante e simpático.
BOLSAS DE ESTUDO NA ALEMANHA
10 PHD SCHOLARSHIPS IN THE AREAS AGRICULTURAL ECONOMICS, DEVELOPMENT STUDIES AND GEOGRAPHY (IAMO)
“Sustainable Agricultural Development in Central Asia” (SUSADICA) project
Organisation/Location: Leibniz Institute of Agricultural Development in Transition Economies (IAMO), Halle (Saale), Germany
Application deadline: 31-July-2018
Website: https://www.iamo.de/en/institute/career-jobs/
Details:
The Leibniz Institute of Agricultural Development in Transition Economies (IAMO) is offering 10 PhD scholarships in the areas Agricultural economics, development studies and geography as part of the newly established innovative “Sustainable Agricultural Development in Central Asia” (SUSADICA) project to suitable candidates. Expected starting date is by 1 October 2018 or as soon as positions are filled.
For detailed information please refer to:
https://www.iamo.de/en/institute/career-jobs/
Closing date for the application is 31 July 2018. Please note that only short-listed candidates will be contacted for interview via email.
Website: https://www.iamo.de/en/institute/career-jobs/
DOCTORAL SCHOLARSHIP - CHAIR OF TROPICAL FORESTRY (TU DRESDEN)
Research topic: “Wood and bamboo production-driven landscape restoration under REDD+: The case of private sector-community partnerships in Nghe An and Than Hoa provinces, Vietnam”.
Organisation/Location: Chair of Tropical Forestry, Institute of International Forestry and Forest Products, TU Dresden, Tharandt, Germany
Application deadline: 13-July-2018
Website: https://tu-dresden.de/bu/umwelt/forst/inter/tropen/die-professur?set_language=en
Details:
At the TU Dresden, Faculty of Environmental Sciences, Department of Forest Sciences, Institute of International Forestry and Forest Products, Chair of Tropical Forestry, will be assigned as soon as possible, subject to resources being available, a Doctoral Scholarship for the research topic: “Wood and bamboo production-driven landscape restoration under REDD+: The case of private sector-community partnerships in Nghe An and Than Hoa provinces, Vietnam”.
The funding period is 36 months.
Location: The student will be based at the Institute of International Forestry and Forest Products at TU Dresden in Tharandt, cooperating with the BMUB IKI project "Production-driven forest landscape restoration under REDD+ through private sector - community partnerships as Asian-regional learning exchange", with several and prolonged stays in the project site.
Project description: The research project, funded by the International Climate Initiative (IKI) of the Federal Ministry for the Environment, Nature Conservation, Building and Nuclear Safety (BMUB), aims to develop partnerships between communities and the private sector to restore degraded forests in Laos, Thailand and Vietnam, and thus improving the livelihood of the rural people. Locally adapted business models between smallholders and the private sector are investigated, supported by NGOs, local governments and universities. By using the climate policy tool of "Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation" (REDD +), research is planned, e.g., on forest fire reduction, production, harvesting and processing of durable wood and bamboo products, as well as replacement of fossil fuels with forest biomass products. Lessons from the project shall be incorporated into policy recommendations, knowledge and training products, and publications.
Tasks: The doctoral student will do research on a topic related and useful to the BMUB IKI project under the above cited working title. The topic may be further specified within the project scope, considering the candidate’s background and interest, and the supervisors’ guidance. In agreement, further tasks in the field of research and teaching can be assigned by the director of the institute.
Requirements: The candidate should have a university degree (Master) with excellent or good performance in forestry or other disciplines related to the proposed research. Research / work experience in the tropics or subtropics, with preference in SE Asia, and scientific publications are an asset. Proficient English language skills, oral and written, is required, other language competence (Vietnamese, German) is an advantage, as well as good intercultural communication skills and social competence, preferably in the Asian context. The successful candidate should be highly motivated and willing to spend several months in the research sites.
Applications from women are particularly welcome. The same applies to people with disabilities.
Please send your application with the usual document copies until 13.07.2018 (stamped arrival date applies) preferably via the TU Dresden SecureMail
Portal https://securemail.tu-dresden.de as a single pdf document to: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. or to TU Dresden, Fakultät Umweltwissenschaften, Fachrichtung Forstwissenschaften, Institut für Internationale Forst- und Holzwirtschaft, Professur für Tropische Forstwirtschaft, Herrn Prof. Pretzsch, PF 1117, 01735 Tharandt. Please submit copies only, as your application will not be returned to you. Expenses incurred in attending interviews cannot be reimbursed.
Website: https://tu-dresden.de/bu/umwelt/forst/inter/tropen/die-professur?set_language=en
12 POSITIONS FOR DOCTORAL RESEARCHERS „ADAPTATION OF MAIZE-BASED FOOD-FEED-ENERGY SYSTEMS TO LIMITED PHOSPHATE RESOURCES“ (UNIVERSITY OF HOHENHEIM)
Sino-German Research Training Group (GRK 2366/1)
Organisation/Location: University of Hohenheim (Stuttgart) in cooperation with the China Agricultural University (Beijing)
Application deadline: 1-July-2018
Details:
Starting 01 October 2018, the German Research Foundation (Deutsche Forschungsgemeinschaft (DFG)) will fund a Sino-German Research Training Group (GRK 2366/1) with the topic „Adaptation of maize-based food-feed-energy systems to limited phosphate resources“ at the University of Hohenheim (Stuttgart) in cooperation with the China Agricultural University (Beijing).
Starting presumably from 01 October 2018, the Sino-German Research Training Group offers 12 positions for doctoral researchers (PhD students, TV-L E13 65% for max. 3 years) at the University of Hohenheim for candidates with above-average graded master degrees or corresponding qualifications. The following research subjects (RS) are available for doctoral researchers:
- Genetic potential of Maize:
- RS 1.1 Genetic variation, genetic architecture and genomic prediction of phosphate-use-efficiency traits in European and Chinese maize (Prof. Dr. Tobias Wüschum)
- RS 1.2 Importance of root architecture and rhizosphere-related processes for improving phosphate use efficiency (Prof. Dr. Uwe Ludewig)
- RS 1.3 Regulatory modules of carbon resource allocation under different phosphate availabilities (Prof. Dr. Waltraud Schulze)
- Management at field and farm level:
- RS 2.1 Genotype to phenotype modelling of phosphate acquisition and related yield and quality traits of maize (Prof. Dr. Simone Graeff-Hönninger)
- RS 2.2 Increasing soil phosphate availability and phosphate fertilizer efficiency (Prof. Dr. Torsten Müller)
- RS 2.3 Detecting phosphate status in soil and in maize canopies by non-invasive methods (Prof. Dr. Joachim Müller)
- RS 2.4 Heavy metals from phosphate fertilizers in maize based food-feed-energy systems (Prof. Dr. Andreas Fangmeier)
- Nutrition and Recovery:
- RS 3.1 The impact of reduced phosphate availability on essential micronutrients in maize for human consumption (Prof. Dr. Jan Frank)
- RS 3.2 Inositol phosphates in the digestive tract and phosphate utilisation of farm animals fed maize (Prof. Dr. Markus Rodehutscord)
- RS 3.3 Deployment of phosphate resources for nutrient recycling via anaerobic digestion systems (Dr. Hans Oechsner & Prof. Dr. Joachim Müller)
- RS 3.4 Hydrothermal conversion of biomass to carbon materials with phosphate recovery (Prof. Dr. Andrea Kruse)
- Economic evaluation and synthesis:
- RS 4.1 Economic analyses at plot, farm enterprise, regional and sectoral levels (Prof. Dr. Reiner Doluschitz)
The project involves extended research stays in China. With equal qualifications, preference will be given to candidates with disabilities. The University of Hohenheim seeks to increase the proportion of women in research and teaching and therefore strongly encourages female scientists to apply.
Prof. Marcos Antonio Lucena - Secretário Regional
Profa. Rejane Mansur Nogueira - Secretária Adjunta
José Antônio Aleixo da Silva (Editor)Professor titular da UFRPE e Conselheiro da SBPC.
Matheus Santos Veras
Designer do Jornal